Secretário defende mudanças nas regras da OIE sobre febre aftosa

O governo paranaense defende que as regras da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) sobre febre aftosa devem ser alteradas, para evitar problemas como o que aconteceu no Paraná. ?As regras da OIE são feitas para países que não vacinam o gado?, afirma o secretário estadual da Agricultura Newton Pohl Ribas. O exame dos animais suspeitos de terem aftosa no Paraná não identificou o vírus causador da doença, mas a sorologia deu resultado positivo, o que pode ser apenas um efeito da vacina, mas basta para que se caracterize um foco de aftosa, segundo as regras da OIE.

A Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento vai articular junto ao Ministério da Agricultura, para que a questão seja analisada na próxima reunião da OIE, marcada para fevereiro. Os exames nas vísceras dos animais sacrificados por suspeita de aftosa não identificaram o vírus que causa a doença. Mas o exame de sorologia deu positivo em metade dos animais examinados, o que certamente foi causado pela vacina, que contém partes do vírus. ?Pelas regras atuais, quando isso acontece não adianta espernear, tem que cumprir as determinações da OIE, fazer o isolamento sanitário das propriedades, abater os animais e sanear os rebanhos num raio de dez quilômetros do foco?, diz o secretário.

Saneamento

O secretário da Agricultura ressalta o trabalho dos técnicos do governo para fazer o saneamento de 700 rebanhos nas áreas vizinhas às sete propriedades suspeitas de terem animais com aftosa. ?Trabalhamos 22 mil animais de 700 rebanhos. Os exames mostraram que não houve circulação viral?, afirma Ribas. ?Tanto que em outubro o ministro da Agricultura esteve no Estado e liberou o Paraná como área livre de aftosa para vender carne para o mercado interno?, completa.

?Agora estamos trabalhando para que a gente consiga retornar ao mercado internacional de carnes?, relata Newton Pohl Ribas. Segundo ele, a secretaria entregou ao Ministério da Agricultura um relatório que será encaminhado à OIE, sobre todo o processo de saneamento dos rebanhos paranaenses. É a OIE que decide se o Estado vai recuperar a condição de área livre de aftosa.

Enquanto a OIE não analisa o relatório do Paraná, a Seab trata de informar aos países que compravam carne do Paraná que o Estado está saneado. ?Neste mês estivemos em Brasília e nos reunimos com representantes das embaixadas de 45 países que mais compravam carne do Paraná, para mostrar a eles, com relatórios técnicos, que o Paraná está livre da aftosa?, conta o secretário. ?Esses representantes das embaixadas vão comunicar às autoridades sanitárias de seus países o que foi feito aqui. Isso vai agilizar o processo quando o assunto for analisado na OIE?, acrescenta.

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