O secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, João Sampaio criticou nesta terça-feira (1.º) o embargo da União Européia e do Chile à carne bovina paulista, desde o surgimento de focos de febre aftosa nos Estados vizinhos – Paraná e do Mato Grosso do Sul – em 2005. Sampaio voltou a salientar que a decisão tomada, apesar de 11 anos sem focos da doença em São Paulo, trouxe uma perda de arrecadação de US$ 1 bilhão com o recrudescimento das exportações de carne do Estado.
"Neste momento nós não vemos nenhuma imposição técnica, nem justificativas plausíveis para manter esse embargo, que me parece mais uma barreira não-tarifária", disse Sampaio, durante o lançamento da campanha de vacinação contra a febre aftosa em São Paulo, que prevê imunizar 12,6 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos até o final de maio.
O secretário da Agricultura lembrou ainda que o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, voltou a negociar a ampliação do número de Estados aptos a exportar a carne bovina brasileira para o Chile durante visita àquele país, na semana passada. "O ministro trabalhou firmemente pela liberação, já que o Brasil exporta para o Chile somente pelo Rio Grande do Sul e estamos questionando por que São Paulo não é reabilitado", disse o secretário. "Nós defendemos que o Ministério da Agricultura proponha uma situação diferenciada e que a análise de riscos dos Estados envolvidos seja feita de forma diferenciada", completou.
Por fim, Sampaio prometeu que deverá informatizar o sistema para a emissão de guias de trânsito animal eletrônicas até o final do ano e lembrou que ampliou de 14 para 17 o número de corredores sanitários no Estado, cujo investimento no setor de sanidade animal será de R$ 50 milhões em 2007.