O vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, assinou no final da tarde desta sexta-feira a Resolução Nº 098/2005, que mantém o controle oficial dos rebanhos localizados no raio de 10 quilômetros das propriedades onde foi constatada a suspeita de enfermidade vesicular, nos municípios de Loanda, Amaporã, Maringá e Grandes Rios.

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O controle também atinge os rebanhos das propriedades que tiveram contato direto ou indireto com os animais procedentes dos municípios do estado de Mato Grosso do Sul, considerados áreas de risco sanitário. A determinação ainda vale para as propriedades circunvizinhas até que se comprove a ausência da atividade viral e a recuperação da condição de área livre de febre aftosa.

De acordo com o documento, que substitui a Resolução 093/2005, o estudo para comprovar a ausência do vírus será realizado, aleatoriamente, em propriedades escolhidas pelo Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura.

A saída de animais das propriedades escolhidas só será autorizada quando os mesmos forem destinados ao abate imediato, mediante acompanhamento do serviço oficial.

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A Resolução também estabelece que a vacinação dos bovídeos contra a febre aftosa, nessas propriedades, só será realizada após conclusão do estudo de atividade viral. Segundo Pessuti, esse procedimento é necessário para evitar interferência nos resultados dos exames.

Segundo o documento, fica liberado o trânsito de animais, produtos e subprodutos no interior da área considerada como de risco, em cumprimento da Instrução Normativa Nº 34, do Ministério da Agricultura.

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Também, permanecem sob controle do serviço oficial, as propriedades onde foram encontrados os animais com sinais clínicos sugestivos de enfermidade vesicular, até que o Ministério libere o laudo com diagnóstico conclusivo.

Por outro lado, a Secretaria da Agricultura autoriza, a partir desta sexta-feira (11), a realização de eventos agropecuários em todo o Estado, exceto nos municípios paranaenses de Amaporã, Grandes Rios, Loanda e Maringá, e em outras localidades que tenham animais dos municípios acima citados.

Nos quatro municípios interditados, os eventos com espécies não suscetíveis à febre aftosa poderão ser autorizados mediante prévia análise de risco da Divisão de Defesa Sanitária Animal (DDSA).

Durante coletiva de imprensa, realizada nesta sexta-feira (11), em Curitiba, o diretor-geral da Secretaria da Agricultura, Newton Pohl Ribas esclareceu que recebeu nesta quinta-feira (10), no final do dia, a cópia do relatório enviado pelo Ministério, através da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), a um representante da Comunidade Européia. Segundo ele, o documento relata, resumidamente, as ações praticadas em Mato Grosso do Sul no combate aos focos de aftosa, bem como, os procedimentos de precaução e prevenção, adotados pelo Paraná, para impedir a entrada do vírus no Estado. ?As informações que passamos para os representantes do Ministério da Agricultura, durante a reunião desta quarta-feira (9), em Brasília, serviram para elaborar o relatório que foi encaminhado à Comunidade Européia?, lembrou.

Ribas destacou que, ao documento, está anexada uma planilha que contém os resultados parciais dos exames feitos pelo Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), em Belém-PA. ?Todos os resultados, que constam no relatório, são negativos?, disse. Segundo o diretor-geral, os exames foram realizados com amostras de soro e epitélio dos animais suspeitos, oriundos das fazendas localizadas nos municípios paranaenses de Maringá, Loanda, Amaporã e Grandes Rios, coletadas entre 18 e 27 de outubro.

?A Secretaria da Agricultura envia relatórios diários sobre a situação ao Ministério. Todos os procedimentos tomados pela Secretaria, durante a coleta de amostras de sangue, epitélio e material do esôfago dos animais suspeitos, tiveram o acompanhamento de técnicos do Ministério. O trabalho foi em parceria?, comentou. Ribas lembrou que, durante a necropsia do animal suspeito da Cesumar, em Maringá, foi colhido material dos aparelhos digestivo e respiratório, também encaminhado ao Lanagro. ?Neste caso, os resultados também foram negativos?, ressaltou.

O diretor-geral ainda destacou a experiência e o profissionalismo dos técnicos da Secretaria que participaram do trabalho ?O Paraná teve o último foco de febre aftosa há mais de dez anos. Nosso pessoal, que atualmente atua na defesa sanitária animal, já encarou o problema naquela época. Esses técnicos conhecem bem a doença?, disse.

O presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná (Sindicarne), Péricles Salazar, elogiou todos os procedimentos adotados pela Secretaria da Agricultura na prevenção da aftosa. ?As entidades do Conesa e do Fundepec compartilham das decisões tomadas pela Secretaria?, afirmou.

Salazar lembrou que, conforme as informações do Lanagro, os resultados encaminhados ao Ministério são negativos. ?Agora, esperamos que o Ministério flexibilize a Instrução Normativa Nº 34, de acordo com a informação do Lanagro?, disse. Segundo o presidente do Sindicarne, os prejuízos ao setor produtivo do Paraná são enormes. ?Se os resultados são negativos, eles têm que liberar imediatamente. Quanto mais demorar, mais prejuízos terá o Estado do Paraná?, concluiu.