Secretaria lança programa para combater infecção generalizada nas UTIs

A Secretaria da Saúde apresentou nesta terça-feira (11) durante a Escola de Governo uma estratégia inédita no país para combater a principal causa de mortes em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a sepse. Investimentos de R$ 4,5 milhões foram liberados para garantir o treinamento e capacitação dos profissionais para diagnóstico e tratamento precoce da doença, que podem reduzir em até 25% a taxa de mortalidade. O programa já foi implantado no Hospital do Trabalhador, no Hospital de Clínicas, e nos hospitais universitários de Londrina e de Cascavel.

O presidente do Fundo Brasileiro de Educação e Pesquisa e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Cid Marcos David, fez a apresentação do cenário nacional da doença. Ele afirma que neste ano foram registrados 18 mil casos de sepse grave e que nos hospitais brasileiros são 400 mil casos anuais, com aproximadamente 250 mil mortes. ?É a décima causa de morte no país, com mortalidade maior do que a da Aids e a principal causa de morte em unidades de tratamento intensivo?, afirmou.

A sepse era conhecida como infecção generalizada ou síndrome séptica. Hoje é relatada como uma resposta inflamatória do organismo a uma infecção, que pode ser de qualquer tipo e ocorrer em qualquer pessoa. Ela pode evoluir para uma disfunção de múltiplos órgãos e levar o paciente a morte. A sepse apresenta alta taxa de mortalidade intra-hospitalar e é considerada a principal causa de morte nas UTIs.

Paraná

O Paraná é o único estado do país com um programa para redução da sepse, feito em parceria com a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) e aprovado pelo Conselho Estadual de Saúde como uma das ações adotadas pelo Governo do Estado para redução das filas e da mortalidade em leitos de unidade de terapia. ?É um programa que mostra que o atendimento público pode e deve ser de qualidade, com tratamentos complexos e modernos?, analisou o secretário de Saúde Cláudio Xavier.

Xavier afirmou ainda que além do recadastramento dos leitos de UTI, da contratação de leitos do sistema privado e da aquisição de novos equipamentos, a sociedade cientifica foi ouvida sobre outras medidas que pudessem ser tomadas. ?Percebemos que a sepse é um problema grave, que leva a uma alta mortalidade e à necessidade de implantação de estratégias para diminuição de sua incidência?, complementou.

A secretária de Estado de Saúde de Roraima, Eugênia Moura, presente à apresentação da Escola de Governo, destacou a importância do investimento nesta capacitação de profissionais. ?O Paraná está dando um grande passo com a implantação deste programa. Queremos implantar um projeto semelhante em nosso Estado?, disse.

O responsável técnico pelo programa e chefe da UTI adulta do Hospital de Clínicas, Álvaro Réa Neto, explica que o combate a sepse começa com a verificação da história clínica do paciente, que deveria ser rotina em qualquer pronto-socorro. ?Além deste procedimento, outras medidas foram introduzidas na rotina do hospital para garantir o combate imediato a um foco infeccioso?.

Réa advertiu sobre a necessidade de um relato completo da situação do paciente para evitar complicações provocadas pela sepse. ?A febre acompanhada de alteração da consciência, manchas na pele, diminuição da pressão arterial, falta de ar, diminuição na produção da urina, são sinais de alerta importantes, que devem ser relatados a um médico ou nas unidades de saúde?, afirmou.

O diretor da Central de Medicamentos do Paraná (Cemepar) Luiz Ribas explica que a administração de antibióticos em até duas horas após a identificação da doença é importante para reduzir a taxa de mortalidade, mas faz um alerta contra a automedicação. ?A automedicação é um perigo e pode causar a sepse. O antibiótico vendido pelo balconista da farmácia mascara quadros de infecção, torna o organismo resistente às bactérias e dificulta o combate à doença?, disse.

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