O Paraná participa, na próxima segunda-feira, das atividades do Dia Nacional de Combate à Hanseníase, promovido pela Secretaria de Estado da Saúde, por meio da 2a Regional da Saúde. A atriz Elke Maravilha, que faz parte do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), estará em Curitiba para o evento. A assessora do Ministério da Saúde, Magda Levantevi, também estará na cidade representando a coordenadora do Programa de Hanseníase, Rosa Castalia.

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A Secretaria da Saúde já distribuiu para as suas 22 Regionais material educativo e 4.900 camisetas com o slogan "Hanseníase: É fácil curar. É só tratar", 10 mil cartazes, 200 mil folders, 400 mil panfletos, 22 mil adesivos e 25 banners. Cada uma das Regionais comemorará a semana através de eventos, divulgação nas escolas, palestras e entrevistas nos meios de comunicação.

Nesta quinta-feira, a 2a RS reuniu os 29 municípios da Regional para falar sobre a hanseníase e propor iniciativas. Em seguida, foi feita uma apresentação da epidemiologia da hanseníase na 2a RS, pela chefe da Seção de Vigilância Epidemiológica da 2ª RS, Nivera Stremel, e uma palestra do secretário do Morhan, Sebastião Carlos Pamplona, sobre o trabalho que o movimento vem desenvolvendo. Depois da exibição do filme "Os melhores anos de nossas vidas", da cineasta Andréa Pasquini, sobre a vida numa cidade especialmente construída para hansenianos, foi feito um relato das ações a serem desenvolvidas nos municípios.

Ações para a eliminação

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Segundo a Coordenação de Doenças Infecciosas da Secretaria da Saúde, em 2003 foram detectados 1.688 casos novos de hanseníase, oito a mais que em 2002 (1.680). "Este aumento de detecção pode ser atribuído às ações implementadas junto aos municípios do Paraná", comentou a coordenadora Elisabeth Thadeo Sens. Em compensação, os casos em abandono tiveram um ligeiro decréscimo, passando de 35,4 em 2001 para 25,8 em 2003.

Desde 2003, 287 municípios dos 399 existentes no Estado foram inseridos no processo de incremento de ações para a eliminação da hanseníase no Paraná. Em 2004, foi detectado no município de Nova Tebas e região, já considerada área de risco epidemiológico para a hanseníase, um aumento significativo do número de casos novos. A coordenação estadual está monitorando no local este e outros municípios considerados prioritários.

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Segundo a coordenação estadual, a proposta de trabalho está voltada sobretudo para a capacitação dos profissionais da rede de atenção básica, visando a descentralização e a responsabilização dos gestores e equipes municipais neste processo, através dos pólos de capacitação. A Secretaria da Saúde está estimulando um maior engajamento e participação dos gestores municipais e da sociedade organizada no processo de discussão e busca de meios para a eliminação efetiva da hanseníase como problema de saúde pública no Paraná.

"A ênfase da intervenção será voltada para a descoberta de casos novos precocemente, o estabelecimento de procedimento diagnóstico, o controle dos comunicantes, o fornecimento de medicamentos, a educação permanente, a prevenção de incapacidades e reabilitação, o monitoramento dos pacientes após o tratamento e a manutenção do monitoramento dos dados epidemiológicos", conclui a coordenadora Elisabeth Sens.

A hanseníase é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium leprae. Ela age afetando principalmente os nervos, os olhos e a pele do infectado. A transmissão ocorre apenas por meio de contato com pacientes não tratados.

O tratamento dura cerca de um ano e o paciente não precisa ficar internado, porém não pode deixar de se tratar. Já na primeira dose do medicamento 90% dos bacilos são eliminados e a doença deixa de ser transmitida. Todos os municípios do Paraná têm acesso gratuito ao tratamento. A hanseníase tem cura, por isso é importante que o tratamento seja iniciado o mais breve possível.

O Paraná possui um hospital público estadual, o Hospital de Dermatologia Sanitária São Roque, localizado em Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba, que é especializado no tratamento a portadores de hanseníase.

Além do atendimento ambulatorial, ali também vivem alguns ex-pacientes que foram abandonados pelas famílias. Eles formaram uma nova família, vivendo em uma espécie de ‘vila’, com várias casas, jardim e pracinha, tudo no terreno do hospital. O São Roque foi fundado em 1926, num período em que as vítimas da hanseníase eram isoladas da sociedade. Essa realidade é bem diferente nos dias de hoje.