Brasília – A ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Matilde Ribeiro, afirmou hoje (21) que a secretaria pretende ouvir as universidades que ainda não adotaram o sistema de cotas raciais, como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade de São Paulo (USP), além de militantes contrários à política de cotas e ao Estatuto da Igualdade Racial. Matilde Ribeiro participou do seminário Experiências de Políticas Afirmativas para Inclusão Racial no Ensino Superior, na Universidade de Brasília (UnB).
Segundo Matilde, o objetivo é entender os pontos de concordância a fim de se construir uma proposta que atenda aos mais diversos setores da sociedade. ?A nossa intenção não é partir do princípio de que as pessoas mudam de idéia. Não é nenhuma pressão para mudança de idéia, mas sim para a identificação do que temos em comum. O fato de pensarmos diferente não quer dizer que sejam todos contra o avanço da sociedade brasileira e contra as políticas de inclusão social e racial?, afirmou a ministra.
Para a ministra, o que existe na verdade é uma crítica à forma como o governo elaborou o projeto de lei que prevê a política de cotas raciais (PL 73/99). ?Não há uma profunda contradição entre governo e setores da sociedade em relação à importância de termos políticas de ações afirmativas. Existem, óbvio, concepções teóricas diferentes, mas do ponto de vista político, não há grande contradição?.
O secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, Nelson Maculan, afirma que o projeto de lei que está no Congresso Nacional deverá tornar o país mais igualitário. ?Eu acredito que ações afirmativas são ações passageiras, que vão deixar, daqui a 10, 20 ou 30 anos, o país mais igualitário no que se refere às raças e às condições sociais no país, ocupando as vagas nas universidades públicas?, afirmou.