Os estragos na agricultura provocados pela seca no Rio Grande do Sul e pelo excesso de chuvas no Mato Grosso fizeram o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisar a estimativa de fevereiro para a safra de grãos deste ano. A previsão divulgada nesta quinta-feira é de 130,451 milhões de toneladas, volume 1,89% menor do que as 132,969 milhões de toneladas estimadas em janeiro deste ano. Mesmo assim, a estimativa de fevereiro ainda é 5,9% maior do que as 123,181 milhões de toneladas obtidas na safra de 2003.
A soja, que sozinha responde por mais de um terço da produção de grãos do país, foi, segundo o IBGE, a cultura mais afetada pelo clima adverso, principalmente no Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, principais pólos produtores. A estimativa de fevereiro para a safra do produto é 3,43% menor que a de janeiro. Isto, na avaliação do coordenador do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do IBGE, Carlos Alberto Lauria, já está influindo nos preços da soja.
?Os preços já estão mais altos em função da safra menor e, como a soja é um produto de exportação, provavelmente vamos ter um desequilíbrio?, afirma.
De acordo com a pesquisa do IBGE, a região Nordeste responderá por 7,87% da produção total de grãos neste ano, um aumento de 27,47% em relação ao ano passado. As regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste serão responsáveis, respectivamente, por 2,40%, 13,30% e 32,02%, apresentando acréscimos de 17,33%, 6,17% e 11,16% em relação à safra de grãos de 2003. A região Sul, com participação de 44,40%, apresenta queda de 1,04% em relação à última safra.
Lauria acredita que a produção de grãos continuará afetada pelas condições climáticas ainda nos próximos dois meses, o que pode vir a comprometer o total da safra estimado para este ano.
