Seca deve reduzir safra em 18,2 milhões de toneladas

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) previu hoje (12) que a safra deste ano será de 113,7 milhões de toneladas, com redução de 13,8% em relação às estimativas feitas antes da ocorrência da estiagem que afetou a produção. A quebra será de 18,2 milhões de toneladas na comparação com o que se esperava em dezembro de 2004, quando a Conab previa uma safra de 131,9 milhões de toneladas. Em relação à safra passada (2003/2004), a queda é de 4,6%, o equivalente a 5,4 milhões de toneladas. A produção é a menor dos últimos dois anos.

A safra 2002/03 foi de 123 milhões de toneladas, a maior produção da história do País. Desde então, a produção vem caindo por conta de problemas fitossanitários ou de clima adverso. Na safra 2003/04, a produção foi de 119 milhões de toneladas. Um dado curioso é que o plantio na safra atual foi o maior registrado no País, com o cultivo de 48,462 milhões de hectares.

A estiagem prejudicou principalmente as lavouras de soja e milho na região Sul do País. Esperava-se uma produção recorde de soja este ano, de 60,2 milhões de toneladas. Mas o levantamento da Conab mostra que a colheita deve ficar em 50,2 milhões de toneladas. O Rio Grande do Sul vai colher 2,310 milhões de toneladas, ante 5,559 milhões de toneladas da safra passada, o que significa uma redução de 74,09%. No Paraná, a redução na safra de soja será de 23,3% e, no Mato Grosso do Sul, de 25,1%.

O milho foi a segunda cultura mais afetada pela seca. A quebra será de 14,5% (4,7 milhões de toneladas), se comparada com a previsão de dezembro de 2004. De novo, Rio Grande do Sul e Paraná foram os Estados mais prejudicados. Para a produção de milho na segunda safra, a safra de inverno, a estimativa é de 8 120 milhões de toneladas, com queda de 23,2% em relação à produção de inverno do ano passado.

O presidente da Conab, Jacinto Ferreira, estimou que os produtores de soja deixarão de ganhar cerca de R$ 5,65 bilhões com a quebra na safra 2004/05. Ele informou que o valor considera a redução de 11,961 milhões de toneladas na produção, quando se compara a estimativa atual com os números divulgados em dezembro. Em termos de sacas de 60 quilos, esse volume representa 199,4 milhões de sacas. "O que se perdeu em termos financeiros foi muito grande", disse.

Em relação ao milho, Ferreira calculou perda de R$ 1,98 bilhão, considerando a quebra de 6,575 milhões de toneladas, ou 109,6 milhões de sacas. De acordo com Ferreira, é possível que a perda de renda dos produtores por causa da frustração de safra supere o previsto, pois outras culturas também foram afetadas pela estiagem.

A única das culturas de verão pesquisadas pela Conab que apresentou crescimento foi o arroz. A produção saltou de 12,1 milhões de toneladas no primeiro levantamento para 13,2 milhões de toneladas agora, o que equivale a um crescimento de 9,3%. Na safra 2003/04, a produção de arroz foi estimada em 12,829 milhões de toneladas.

A Conab apresentou também a intenção de plantio das culturas de inverno, como trigo, aveia, centeio e cevada. A área plantada com trigo caiu 2,8%, para 2,678 milhões de hectares. A produção está estimada em 5,739 milhões de toneladas, ante 5,845 milhões de toneladas da safra passada.

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