A queda do rendimento do trabalhador brasileiro voltou a ser enfatizada como fator de preocupação pelos técnicos da Fundação Seade e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). "Continuamos com uma renda muito baixa e uma taxa de desemprego elevada, prejudicando essa recuperação de renda", disse o gerente de Análise da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) pela Fundação Seade, Alexandre Loloian.
Conforme a PED divulgada hoje, o rendimento médio real dos ocupados de seis regiões metropolitanas ficou em R$ 1.032 em janeiro, queda de 1% em relação a dezembro. Entre assalariados, o valor médio do salário ficou em 1.102 em janeiro, queda de 0 8% ante dezembro.
A PED verificou retrações do rendimento médio real dos ocupados em Porto Alegre (3%), São Paulo (1,4%) e Recife (0,8%). Na região metropolitana de São Paulo, os rendimentos médios reais dos ocupados e dos assalariados diminuíram, em janeiro ante dezembro, 1,4% e 1,2%, passando a equivaler, respectivamente, R$ 1.113 e R$ 1.171.
As massas de rendimentos reais dos ocupados e assalariados também tiveram queda na Grande São Paulo, segundo a pesquisa, com reduções de 2,3% e 1,8%, respectivamente.
Por outro lado, a PED verificou oscilações positivas no rendimento médio real dos ocupados em Belo Horizonte (0,9%), Salvador (0,5%) e no Distrito Federal (0,5%).
Mais expressivos foram os resultados da PED em relação a janeiro de 2006: o rendimento médio real dos ocupados subiu 1,9% na média das seis regiões metropolitanas analisadas, apresentando queda somente na Grande São Paulo (0,5%).
Em Belo Horizonte, o rendimento real dos ocupados cresceu 11,4%, na comparação de janeiro de 2007 ante o mesmo mês de 2006. Em Salvador, a alta foi de 5,2%; no Distrito Federal, de 5,2%; em Recife, de 3,3%; e, em Porto Alegre, de 2,4%.
"O ponto fora da curva foi São Paulo, que sente mais os efeitos da queda de produção da indústria", justificou Loloian.
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