Se eleito para o segundo mandato, Luiz Inácio Lula da Silva planeja promover uma "despetização" da equipe ministerial, concretizando o tão chamado governo de coalizão com os aliados. Nas eleições de 2002, Lula abriu enorme espaço no governo para petistas derrotados em campanhas regionais. Nomeou 20 petistas em 2002 para sua equipe ministerial, chegando ao exagero de inventar uma pasta da Pesca apenas para alojar José Fritsch, candidato derrotado em Santa Catarina.
A idéia de Lula é que no próximo mandato petistas derrotados nas eleições, salvo casos especiais, sejam apenas isso: candidatos derrotados. Para aliados, Lula já disse que seu governo enfrentou problemas para decolar no primeiro ano e ele não tem dúvidas que isso ocorreu porque o ministério ficou inchado demais com companheiros de partido que ganharam pastas mas não eram adequados para tocar a máquina.
Agora, o plano é que os petistas ocupem as chamadas pastas da cozinha do governo, como Casa Civil, Fazenda, Planejamento, Relações Institucionais, Defesa e Secretaria de Governo. Fora isso, os espaços do PT serão limitados. Patrus Ananias continua no Desenvolvimento Social porque o programa Bolsa-Família é peça estratégica na ação do governo. Marina Silva fica no Meio Ambiente e Miguel Rossetto pode voltar ao Desenvolvimento Agrário se perder a eleição ao Senado.
Fora disso, os espaços ficarão restritos aos escalões mais baixos. A conta dentro do Planalto é que as vagas do primeiro escalão para o PT não ultrapassem oito ou nove lugares, menos do que a metade de 2003.