O Ministério da Saúde vai propor aos gestores estaduais, municipais, Ministério Público e organizações não governamentais a criação de uma força-tarefa para atuar em todo o país no combate à rede de exploração sexual de crianças e adolescentes. A informação é da assessora do programa de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids, do Ministério da Saúde, Helena Lima, durante seminário sobre redução de danos que reuniu representantes da sociedade civil, dos governos federal, estadual e municipal, além de profissionais do sexo.
Segundo ela, uma pesquisa realizada em seis cidades de cinco estados brasileiros, entre maio e setembro do ano passado, constatou que meninas de 9 a 12 anos são incentivadas pelas próprias famílias à exploração sexual como único meio de ganhar dinheiro. "Eu considero que esse é o dado mais grave do estudo e exige uma tomada de posição urgente por parte dos governantes".
Denise Maia, do Centro de Prevenção às Dependências, apresentou aos participantes do evento o resultado de um estudo realizado durante cinco meses, na zona sul de Recife, com 44 pessoas entre prostitutas, travestis, clientes, proprietários de casas de prostituição e taxistas. Ela disse que grande parte das jovens profissionais do sexo, que atuam no bairro de Boa Viagem, afirmaram consumir drogas diariamente, com a justificativa de que as substâncias entorpecentes ajudam a enfrentar os perigos a que ficam expostas nas ruas. Denise destacou que a prática preocupa, uma vez que deixa as pessoas mais vulneráveis à contaminação por doenças sexualmente transmissíveis e Aids.
O trabalho, realizado na capital pernambucana pelo Centro de Prevenção às Dependências, em parceria com o Ministério da Saúde, foi financiado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças, CDC dos Estados Unidos.