O Ministério da Saúde definiu o período de 21 a 24 de março como a Semana Nacional de Mobilização e Luta contra a Tuberculose. Curitiba participa da mobilização promovendo ao longo da semana uma série de atividades educativas e de assistência em unidades de saúde, escolas e áreas de risco para a doença, como forma de alertar a população para a importância do diagnóstico precoce e tratamento correto da tuberculose.
Durante a semana, as unidades de saúde vão intensificar a investigação de casos suspeitos de tuberculose, em pessoas com tosse há três semanas ou mais, e fazer a coleta de escarro para realização de exames (baciloscopias). Os exames serão feitos nas próprias unidades de saúde e também nos domicílios de áreas de risco. Haverá ainda a distribuição de folderes com orientações sobre a doença e a forma de diagnosticá-la precocemente.
Atividades educativas, incluindo apresentação de peças teatrais, também serão feitas em escolas e junto a grupos específicos. "A idéia é conscientizar a população sobre os riscos da tuberculose, importância do diagnóstico precoce e a necessidade procurar um serviço de saúde assim que perceber algum sintoma da doença, que é perigosa, mas tem cura", diz o secretário municipal da Saúde, Michele Caputo Neto.
Em Curitiba, surgem em média 500 novos casos de tuberculose por ano. Desse total, 70% evoluem para cura. São os pacientes que recebem tratamento sob supervisão de um profissional de unidade de saúde, que acompanha a evolução do doente e o uso correto dos medicamentos, inclusive com visitas domiciliares. Outros 13% abandonam o tratamento antes do prazo certo para interromper a medicação indicada.
A estratégia adotada no município, de acompanhar de perto a evolução do paciente, é estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Ministério da Saúde como fator fundamental para aumento dos índices de cura e redução do abandono do tratamento por parte dos pacientes. Em Curitiba, todas as unidades de saúde estão capacitadas para fazer o diagnóstico da tuberculose e supervisionar o tratamento do doente.
Além de fornecer remédios e acompanhar o tratamento do doente, as equipes das unidades de saúde fazem a busca de contatos, que é o monitoramento das pessoas que convivem com o portador de tuberculose. As pessoas do convívio do doente também correm o risco de contrair a doença, já que a tuberculose pode ser transmitida pela tosse, espirro ou catarro. Os exames pedidos ao doente são todos feitos no Laboratório Municipal.
Doença
A tuberculose é uma doença grave, causada por uma bactéria, que pode até matar. Na capital, a média de ocorrência da doença se mantém estável desde a década de 90 – 500 ocorrências por ano -, o que representa uma incidência de 30 a 40 casos por 100 mil habitantes. A média de letalidade é de 10%. A tuberculose tem cura, desde que o doente não abandone o tratamento. A doença é tratada com antibióticos.
Mas os remédios precisam ser tomados por um prazo mínimo de seis meses. Caso o doente interrompa a medicação antes, pode ocorrer uma recaída e a doença evoluir para uma forma mais grave, com resistência aos medicamentos. "O perigo é que o doente se sente melhor em dois ou três meses e abandona a medicação", alerta a diretora do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde, Karin Luhm.
"A tuberculose é determinada pela associação de vários fatores, incluindo problemas sociais, sendo portanto um desafio a ser enfrentado pelo sistema de saúde a busca por melhores indicadores epidemiológicos, o que significa redução da transmissibilidade e incidência da doença", acrescenta a médica Betina Gabardo, coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde.
Como identificar
Se você está tossindo há mais de três semanas, procure um médico ou a unidade de saúde mais próxima de sua casa. Pode ser tuberculose.
A tuberculose é uma doença grave, causada por uma bactéria, que pode até matar.
A tuberculose provoca tosse, febre, perda de peso, falta de apetite, suor noturno, cansaço e, em alguns casos, dor no peito e escarro com sangue.
A tuberculose também é um risco para a família e pessoas que convivem com o doente, já que a bactéria é transmitida pela tosse, espirro ou escarro.
A tuberculose tem cura. A cura ocorre com tratamento à base de antibióticos e dura pelo menos seis meses.
Se o tratamento for interrompido antes, o doente pode ter uma recaída e a doença evoluir para uma forma mais grave e resistente aos medicamentos.