A Secretaria Municipal da Saúde está intensificando a vacinação contra a hepatite B em jovens menores de 20 anos. A meta é imunizar os jovens que nunca tomaram a vacina e os que não completaram o esquema de vacinação. A campanha acontece principalmente nas escolas, onde equipes das unidades de saúde da região estão aplicando as vacinas. A secretaria está enviando cartas aos pais, onde faz uma alerta para a importância da imunização e solicita autorização para vacinar os filhos.
A vacina contra a hepatite B pode ser tomada em qualquer unidade de saúde. As Unidades de Saúde Eucaliptos, Cajuru, Bairro Alto, Nossa Senhora da Luz e Ouvidor Pardinho abrem também aos sábados. A vacina faz parte do esquema de rotina de imunização da rede municipal de saúde desde 2001. Segundo dados do Centro de Epidemiologia, mais de 95% das crianças até 10 anos já completaram o esquema de vacinação da hepatite B. Faltam vacinar jovens e adolescentes entre 11 e 19 anos.
Na faixa entre 11 e 19 anos, a cobertura vacinal é de 83% na primeira dose; 67% na segunda dose, e 44% na terceira. "Portanto, 17% dos jovens dessa faixa não receberam ainda nenhuma dose de vacina contra a hepatite B e 56% não completaram seu esquema de três doses", afirma a médica Karin Luhm, diretora do Centro de Epidemiologia. Em Curitiba, foram notificados no ano passado 45 casos de hepatite B aguda e 105 de hepatite crônica, dos quais 16 apresentaram sintomas.
A hepatite B é causada por um vírus que afeta o fígado. Os sintomas são icterícia (olhos e pele amarelos), urina escura, fezes esbranquiçadas, febre e mal estar. Em 80% dos casos, a infecção pelo vírus B é assintomática, ou seja, a pessoa adquire a doença e não sente nada. De 0,2% a 1% dos infectados têm quadro fulminante na fase aguda, podendo evoluir para óbito; 5% a 10% podem evoluir para infecção crônica. Daí, podem vir a apresentar hepatite crônica, cirrose hepática (46%) ou câncer de fígado (0,5%).
A transmissão da doença ocorre principalmente através de relações sexuais e da exposição a agulhas ou outros instrumentos contaminados – tatuagens, piercing, perfuração da orelha ou uso compartilhado de agulhas por usuários de drogas. Pode haver também transmissão de mãe para filho, no parto, e entre pessoas que moram na mesma casa. Pessoas sem sintomas que são portadoras do vírus da hepatite B são as principais envolvidas na transmissão da infecção.
"Não há tratamento da doença, mas existe a vacina, que é altamente eficaz, gratuita e indicada para crianças e adolescentes até 20 anos", explica a médica Karin Luhm. A vacina contra hepatite B está implantada na rotina de vacinação para menores de um ano desde 1995. Em 1999, foi ampliada a faixa etária de indicação da vacina para até 14 anos, e em 2001 para até 19 anos.