A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) realizou nesta quinta-feira um simulado de acidente no transporte de material radioativo com atendimento a vítimas e saque da carga transportada, que deveria ser resgatada pelos participantes. O exercício foi realizado na Academia Policial Militar do Guatupê e foi o ponto alto do curso sobre atendimento a emergências radiológicas que começou na segunda-feira e termina nesta sexta-feira.
O curso é realizado pela Vigilância Sanitária da Secretaria com o objetivo de treinar técnicos para atuar de maneira correta e otimizada em uma situação de acidente radiológico e minimizar o risco envolvido.
É a primeira vez que o Paraná realiza um treinamento sobre esse assunto. Entre os participantes do evento estavam profissionais da Sesa e de outros órgãos envolvidos no assunto, como Instituto Ambiental do Paraná e a Defesa Civil. “Esse simulado é importante para que todos os órgãos envolvidos no assunto atuem em conjunto”, disse a chefe do Departamento de Vigilância Sanitária, Suely Vidigal. “Além disso, a população precisa estar bem informada para não saquear material com o símbolo de radiação, sob o risco de colocar a vida em risco”.
O curso, com o simulado de emergência, está sendo ministrado pelo coordenador de atendimento a emergências radiológicas e nucleares da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Raul dos Santos. Ele explicou que a prioridade em caso de acidente é o pronto-atendimento e para isto os órgãos locais devem saber como agir.
“O Paraná mostra que está consciente sobre o assunto e este treinamento é a primeira ação no sentido de sensibilizar os envolvidos para a elaboração de um plano de atendimento”, afirma. A opinião é compartilhada pelos 21 participantes do simulado. “Este curso mostra a importância de ter um plano de atendimento e o fundamental é que agora vamos agir como multiplicadores desse conhecimento na nossa instituição”, disse o major Gilberto Martins, chefe de planejamento do Corpo de Bombeiros.
Além de Santos, o médico Nelson Valverde, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), também orientou o grupo no simulado de emergência. Valverde é referência na área de atendimento a acidentes radiológicos e foi um dos quatro médicos brasileiros escalados para atender as vítimas do acidente com Césio 137, na década de 80, em Goiânia. Ele ressaltou a importância de familiarizar os médicos ao atendimento destas emergências. “O importante é salvar a vida das pessoas”, destaca.
Nesta sexta-feira, último dia do curso, a física da Divisão de Vigilância Sanitária de Serviços, Margot Schmidt, vai apresentar uma proposta de Plano de Atendimento a Situações de Emergência Radiológica, que será avaliada pelos participantes.
“O objetivo do plano é proporcionar ao governo condições de atuar de forma integrada e hierarquizada, garantindo uma cobertura eficiente, capaz de minimizar os riscos e os danos decorrentes de situações dessa natureza, otimizando os recursos e reduzindo o tempo de resposta à emergência”, explica.
O mesmo treinamento será realizado, no próximo ano, em Ponta Grossa, Cascavel, Londrina e Maringá. O objetivo é capacitar técnicos em todo o Estado para o atendimento a emergências.