Como está a saúde do brasileiro nos quesitos que mais causam doenças crônicas não-transmissíveis, como problemas docoração e câncer? Para responder a essa questão, o Ministério da Saúde realizou, no ano passado, uma pesquisa por telefone em todas as capitais brasileiras. Os resultados do estudo, feito em parceria com a Escola de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), foram apresentados nesta quarta-feira (14) em Brasília.

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Nas 54 mil entrevistas realizadas com pessoas maiores de 18 anos, foram feitas perguntas sobre o consumo de cigarro e álcool, atividades físicas, ingestão de alimentos, hipertensão arterial e diabetes. O resultado geral mostra que 43% dos brasileiros está acima do peso, ou seja, com índice de massa corporal (IMC) acima de 25. O IMC é calculado dividindo-se o peso pela altura ao quadrado. Já os obesos são 11,4% da população. Os obesos apresentam IMC acima de 30.

A prevalência de fumantes é de 16,2%. Já os que têm pressão alta, ou seja, acima ou igual a 140 x 90 mmHg, são 21,6% da população e os que têm diabetes mellitus, com índice glicêmico acima de 126mg/dl, são 5,3%.

O consumo abusivo de álcool foi admitido por 8,1% da população feminina e 25,3% da masculina. É considerado abusivo o consumo de mais de quatro doses por dia nos últimos 30 dias, no caso das mulheres, e mais decinco doses para os homens. A inatividade física está presente em 29,2% da população. Já o consumo regular de frutas e hortaliças foi considerado modesto na maioria das capitais pesquisadas.

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O ministro da Saúde, Agenor Álvares, informou que o ministério irátrabalhar mais ativamente na promoção da saúde. Hoje estamos focando fortemente a redução do consumo do álcool, que é importantíssimo, e principalmente atacando o problema com nossa política de incentivo prática física, que é um projeto que nós temos, o Pratique Saúde, paraque se possa reduzir inclusive os outros fatores de risco, afirmou.

De acordo com a publicação Saúde Brasil 2006, entre os anos de 2002 e 2004, ocorreram cerca de 1,8 milhão de mortes por doenças não-transmissíveis, o que representa 61,8% do total de mortes no período. Nesse universo, as doenças cardiovasculares responderam por 27,5% das mortes.

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Por ano,o gasto do Ministério da Saúde com consultas, internações e cirurgias das doenças não-transmissíveis chega a ser de R$ 10,9 bilhões. O levantamento da prevalência entre brasileiros das principais causas de doenças não-transmissíveis, chamado de Sistema de Monitoramento deFatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis (Vigitel), será feito anualmente.