Para melhorar o atendimento dos Serviços de Atendimento Médico de Saúde (Samu), vários tipos de ações estão sendo articuladas pelo ministério da Saúde em uma série de parcerias. O ministério assinou convênio com a Polícia Rodoviária Federal para, no próximo ano, contar com uma frota de helicópteros do Samu. Eles vão operar nos grandes centros para poder chegar às cenas dos acidentes com obstrução do trânsito. "Às vezes o próprio acidente determina o congestionamento e impede a chegada das equipes", explica o diretor de Atenção Especializada do ministério da Saúde, Arthur Chioro.
Nas regiões amazônica, pantaneira, ribeirinhas e ilhas, seis ambulanchas, em uma parceria com a Marinha, vão fazer o atendimento a lugares distantes. Com o ministério da Defesa, a parceria é para a utilização de seis salva-aéreos, aeronaves para remoção de pacientes mais graves, "que possam ser transferidos para um grande centro onde tenha recursos para o atendimento", diz Chioro. "Queremos que o Samu cubra todo o território nacional por via aérea", anuncia o ministro Humberto Costa.
O ministério da Saúde investiu, este ano, R$ 120 milhões neste tipo de atendimento de emergência e quer aumentar esse número. O orçamento para o ano que vem será maior e a expectativa é de que o Samu, em 2005, esteja disponível para 140 milhões de brasileiros. E, em 2006, a estratégia é avançar até outros 40 milhões que vivem em regiões isoladas. O investimento é do ministério da Saúde, mas a manutenção é dividida. O ministério entra com 50%, o município com 25% e o estado também com 25%.
O Samu é uma central onde trabalham médicos intervencionistas (área de emergência) e reguladores, que fazem um primeiro atendimento por telefone. O número é o mesmo em todo o país, 192. Telefonistas e atendentes dão informações e, no caso de um atendimento, a ligação é passada para o médico regulador. É ele quem avalia a gravidade do caso para saber se é, por exemplo, uma perna quebrada ou uma dor na coluna ou um caso de infarte ou acidente grave de carro. Avaliada a gravidade, o médico encaminha a pessoa para um hospital ou aciona as ambulâncias.
As centrais funcionam em comunicação com os hospitais e postos médicos do SUS em cada estado e podem localizar a ambulância que se encontra mais perto do paciente e até mesmo avisar a emergência de um hospital que um paciente em tal estado está a caminho, o que agiliza o atendimento e salva vidas. "Você visa estabilizar o paciente com o melhor e mais rápido recurso. Antes do sistema integrado, o paciente era levado ao hospital e a equipe não estava preparada para o atendimento", comemora o médico coordenador do Samu de Mauá (SP), Joel Luiz da Silva Costa.
A idéia é ajudar a coordenar o serviço de emergência municipal e estadual, formando uma rede estadual e também acelerar o atendimento, uma vez que o SUS brasileiro foi inspirado no modelo francês. Nos Estados Unidos, por exemplo, o objetivo dos SUS é levar, o mais rápido possível a pessoa até o hospital. Já, na França, o Serviço tem a característica de prestar o socorro no local. E é este modelo que o Brasil adotou. "Tivemos o apoio do governo francês, tanto técnico e nas visitas que lá fizemos como no acompanhamento da implementação no Brasil", afirma o ministro Humberto Costa.