O Comando da Aeronáutica vai inaugurar, até o fim de 2008, um novo centro de controle do espaço aéreo. Será o quinto do País, ao lado de Brasília (Cindacta-1), Curitiba (Cindacta-2), Recife (Cindacta-3) e Manaus (Cindacta-4), mas o único com jurisdição sobre uma área que não faz parte do território nacional. Batizada de ACC Atlântico, a unidade ficará responsável por monitorar exclusivamente as rotas sobre o oceano – a maioria ligando Brasil e Europa.
A principal novidade, no entanto, estará no campo tecnológico. O novo centro de controle será o primeiro da América Latina a adotar o conceito CNS/ATM (sigla em inglês para Comunicações, Navegação, Vigilância e Gestão de Tráfego Aéreo). Isso significa que o gerenciamento dos vôos passará a ser feito por satélites. Desde a década de 70, a base da aviação – civil ou militar – está em freqüências de rádio e no auxílio de radares. Por absoluta impossibilidade técnica, uma vez que os equipamentos de comunicação têm de ser posicionados em solo, os oceanos sempre foram considerados zonas cegas para as autoridades aeronáuticas. ?O satélite vai eliminar de vez essa dificuldade?, afirma um oficial da Força Aérea Brasileira (FAB), que pediu anonimato.
Esse, porém, é só um dos atrativos do CNS/ATM. À medida que for disseminado – cronogramas internacionais prevêem o uso de satélites em larga escala até 2020 – o sistema tornará as viagens aéreas dez vezes mais seguras e deve revolucionar os conceitos de pontualidade e regularidade, esquecidos por muitos brasileiros após os vários capítulos da crise aérea.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo