O senador José Sarney (PMDB-AP) fez nesta quinta-feira (30) uma defesa veemente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na reunião do Conselho Político do PMDB que aprovou a participação do partido no governo de coalizão. "Acredito no presidente Lula, no seu espírito público e ele tem demonstrado isso", disse. "O presidente vai fazer um segundo mandato que será brilhante com a nossa colaboração".

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Em um discurso de desabafo e para justificar seu apoio a Lula desde o primeiro mandato, o senador reforçou a necessidade de o PMDB construir uma candidatura forte "que tenha condições de luta e de crescimento" em 2010. Mas, agora, segundo ele, o partido precisa colaborar com o governo Lula, sem que isso signifique "submissão e subserviência" a qualquer partido da coalizão.

Ao dar um recado direto ao PT, que não aceita perder espaço no governo para o PMDB, Sarney foi incisivo. "Não estamos fazendo coalizão com o PT, mas com o presidente da República, que será o avalizador e o árbitro do governo de coalizão".

Apesar de o PT ser adversário político da família Sarney no Maranhão, o ex-presidente da República fez questão de explicar por quê apoiou Lula em 2002. Segundo ele, foi uma decisão "diante do clima de medo de levar um operário para a presidência da República" existente naquela ocasião. "Emprestei minha liderança para apoiá-lo e fiz achando que era melhor e acertei", reconheceu, afirmando que, juntamente com o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) – outro interlocutor de Lula no PMDB – evitou que o partido fosse "vítima de canibalismo" que atingiu outras legendas. "Em nenhum momento aceitamos ser caudatários do PT nem de outros partidos", enfatizou.

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Depois de afirmar que sempre fora mal interpretado por setores do PMDB, apesar de estar no partido há 27 anos e ter trabalhado pela unidade, deixou claro que não abandonará a legenda. "Nunca sairei do PMDB", concluiu.