No café da manhã que concedeu há pouco aos radialistas do Senado, o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP) defendeu a inclusão, na reforma política, de um mandato de seis anos para o presidente da República, sem reeleição. Sarney lamentou que essa reforma, já examinada no Senado, não tenha avançado na Câmara. "A reforma política é o que nós precisamos para nela incluir a eleição de seis anos para presidente da República, sem reeleição, com a adoção da prática do voto distrital misto", disse. Ele voltou a condenar o uso abusivo de medidas provisórias, mas alegou que o Executivo não pode dispensar esse mecanismo em certos casos, como quando houver necessidade de adoção de medidas de urgência, relacionadas ao sistema financeiro, ou em caso de emergência para o País, em situação de catástrofe.

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O presidente do Senado disse que não podia se manifestar contrário à proposta de aumento do teto salarial do Judiciário (R$21,5 mil), prevista em lei, porque acredita que em muitos casos o teto servirá para reduzir salários, acabando com algumas vantagens, e não para aumentá-lo. Segundo ele, a lei também prevê que o Legislativo e o Executivo passem a ter um teto salarial definido.

Ao se manifestar sobre as realizações do governo nesses dois anos, Sarney disse que sua avaliação se restringia ao que ocorre no Congresso e que ali, o que percebia era a contestação do resultado integral da política social e econômica, adotada pelo governo, e não das políticas em si.

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