O presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP), foi a única voz em defesa do governo nas três horas de reunião da direção nacional do partido. Sarney lembrou que a legenda apoiou todos os presidentes da República nos últimos anos, para cobrar a manutenção do apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“No momento em que o presidente é um operário e está fazendo um governo de inclusão social, para os pobres, e que o presidente é um exemplo de biografia para todos nós, o partido não pode tomar uma decisão dessa natureza, de forma atabalhoada” afirmou o presidente do Congresso, ao se manifestar contrário à convocação da convenção nacional da sigla para decidir a adesão ou não à administração federal, em 12 de dezembro.

“O PMDB não julgou com esta severidade outros governos”, ressaltou. Voto vencido, Sarney deixou o encontro dizendo que lutará o quanto puder para que a agremiação se mantenha na posição em que está, fazendo parte do Poder Executivo e dando suporte a Lula.

Segundo o presidente do Congresso, esta é a melhor decisão para o PMDB. “Não há espaço para o PMDB na oposição. Esse espaço já está ocupado pelo PFL e pelo PSDB”, disse, para concluir: “Essa posição de independência é ficar no muro. Muro, em política, não existe.”
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