A República da França, como mostravam todas as pesquisas de intenção de voto dos 44,5 milhões de eleitores, elegeu nesse domingo o presidente que vai suceder Jacques Chirac, o ministro licenciado do Interior, Nicolas Sarkozy, candidato do partido União pelo Movimento Popular. Sarkozy obteve 53,06% dos votos na disputa com a candidata socialista Ségolène Royal, que ficou com 46,94% das preferências.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, logo que o resultado oficial das apurações foi divulgado, enviou a Sarkozy mensagem de congratulações pela vitória, assegurando total solidariedade ao novo presidente francês nas intenções bilaterais de fortalecimento dos laços históricos da amizade Brasil-França, bem como nos projetos de cooperação mútua entre os dois governos.
No discurso que fez à multidão reunida na Praça da Concórdia, no final da noite, Sarkozy voltou a enfatizar a união nacional, reafirmando que dali em diante, para ele, havia uma só França. Obviamente, o presidente fazia um chamamento aos eleitores dos demais partidos, especialmente ao Partido Socialista, de Ségolène Royal. Alias, esse grêmio deverá passar necessariamente por um largo processo de reestruturação, após a segunda derrota consecutiva na corrida pela Presidência.
Sarkozy prometeu administrar centrado na preocupação de garantir aos franceses os benefícios da política do pleno emprego, embora tenha enfatizado que o primeiro embate do novo governo diz respeito ao tema do aquecimento global. Em relação ao alinhamento com os Estados Unidos, afirmou que esse é um caminho natural, mas advertiu que o governo francês pretende exercer uma postura de equilíbrio e independência diante de questões internacionais.
Primeiro descendente de imigrante a governar a república (sua mãe era francesa e o pai húngaro), Sarkozy, 52 anos, formou-se em Direito pela Universidade Paris X e em Ciências Políticas pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris. Entrou na política aos 22 anos elegendo-se vereador na cidade de Neuilly e mais tarde chegou ao cargo de prefeito, onde permaneceu por quase duas décadas. Em 2002 foi nomeado ministro do Interior.
O problema imediato de Sarkozy é rever a política de imigração, um nó que o presidente Jacques Chirac não conseguiu desatar.