A França conheceu ontem (14) o candidato da direita à Presidência do país. Nicolas Sarkozy, 51 anos, atual ministro do Interior, recebeu 233.779 votos (98,1% do total) nas prévias da União por um Movimento Popular (UMP), partido do presidente Jacques Chirac. Filho de imigrantes húngaros e doutor em Direito, Sarkozy era candidato único, mas lutava contra a oposição interna da UMP, personificada pelo primeiro-ministro Dominique de Villepin e o próprio Chirac. Ambos se recusaram a apoiar Sarkozy e pregavam a abstenção.
Apresentado em um telão, o resultado da votação levou à euforia milhares de militantes reunidos no Parque de Exposições de Porta de Versalhes. Em seu primeiro discurso como candidato, Sarkozy adotou um tom de conciliação com aliados de Chirac, citando Charles de Gaulle, líder da resistência francesa na 2ª Guerra Mundial, e lembrando que seu primeiro discurso político, em 1975 só foi possível graças ao mesmo Chirac.
Em recado direto aos imigrantes islâmicos, Sarkozy garantiu que, caso eleito, não tolerará os extremismos religiosos no país e manterá a ?moral laica? (separação entre o Estado e as religiões). ?Eu não aceito que venham morar na França e que não respeitem os valores de nosso país. Queremos compartilhar a liberdade, a igualdade e a fraternidade.?
Os principais adversários de Sarkozy devem ser a deputada Ségolène Royal, representante do Partido Socialista, Jean-Marie Le Pen, da ultranacionalista Frente Nacional, e François Bayrou, candidato centrista da União pela Democracia Francesa (UDF). De acordo com uma pesquisa do instituto Ifop divulgada no dia 8, Sarkozy tem 33% das intenções de voto – um empate técnico com Ségolène, que tem 32%.