Nicolas Sarkozy, ministro do Interior e candidato à presidência da França, será um aliado no Brasil na luta diplomática por uma vaga permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), mas não nas disputas da Organização Mundial do Comércio (OMC). Ele apresentou ontem seu projeto de política exterior, caso vença a eleição em abril e maio.

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Líder das pesquisas com cerca de 30% da preferência do eleitorado, à frente da socialista Ségolène Royal, Sarkozy também condenou o programa nuclear do Irã e exortou a comunidade internacional a buscar acordos para a paz no Iraque e entre palestinos e israelenses

No auditório do Hotel Méridien, em Paris, Sarkozy citou o Brasil ao defender o que chamou de ?mundo multilateral?. Segundo o ministro, que falou por duas horas, o mundo precisa de uma ONU forte, ?porque só ela tem legitimidade para tratar dos grandes problemas internacionais?. Para tanto, defendeu ampliar o Conselho de Segurança. ?A autoridade do conselho deve ser inconteste. Sua ampliação deve abranger todas as regiões do mundo, em especial do Hemisfério Sul, para evitar um conflito estéril entre Norte e Sul.? E mencionou os que deveriam ingressar no conselho: ?Alemanha, Índia, Japão, Brasil, África do Sul e América Latina, como continente.

O apoio à incorporação de novas nações no rol de membros permanentes do conselho – hoje formado por EUA, China, França, Grã-Bretanha e Rússia – não se estende a lhes garantir o direito de veto. E Sarkozy faz uma ressalva: para ser membro permanente, o país candidato deve assumir responsabilidades, como o envio de tropas para áreas de conflito. ?Não podemos imaginar que uma nação desenvolva o papel de membro permanente sem exercer responsabilidades suplementares para garantir a estabilidade internacional.

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