Sarcófago de são Paulo poderá ser visitado em Roma

O Vaticano anunciou nesta segunda-feira (11) que o sarcófago de são Paulo, identificado recentemente dentro da Basílica de São Paulo, em Roma, poderá em breve ser visto pelos fiéis e estudiosos graças aos recentes trabalhos de escavações que conseguiram liberar um dos lados do bloco de concreto que envolvia o túmulo do apóstolo.

Em uma entrevista coletiva no Vaticano, o cardeal Andrea Cordero Montezemolo, responsável pela Basílica de São Paulo, reiterou que o sepulcro é considerado há cerca de 20 séculos "sem nenhuma dúvida" como sendo o do apóstolo são Paulo e também apresentou alguns detalhes dos trabalhos arqueológicos realizados nos últimos meses para tornar mais acessível o sarcófago.

O religioso também afirmou sobre a possibilidade de que, no futuro, com prévia autorização do papa Bento XVI, o sarcófago possa ser aberto, visto que está intacto. O arqueólogo italiano Giorgio Filippi afirmou que a identificação do sarcófago é uma "imponente documentação histórico-arqueológica" e, assim como o cardeal, reiterou a certeza sobre a identidade do túmulo. "Do ponto de vista histórico e arqueológico, temos certeza que em 18 de novembro do ano 390, o sarcófago foi indicado ao mundo dos fiéis como o túmulo de são Paulo", acrescentou o arqueólogo.

Para chegar ao sarcófago, que estava envolvido por um bloco de concreto datado de 1838 a 1840, equipes de arqueólogos trabalharam desde maio deste ano até 17 de novembro último, quando os trabalhos foram concluídos. Antes da escavação, os fiéis que quisessem admirá-lo precisavam enfiar a cabeça sob o altar e abrir uma grade. Sobre a chapa de mármore que cobre o sarcófago, está a escritura "Paulo Apóstolo e Mártir". Hoje foi reconstruída uma janela lateral que torna visível um dos lados do sepulcro.

"Poderiam ser feitas análises suplementares, mas a pedra é muito espessa e não seria muito eficaz, mesmo que seja possível observar um tipo de mármore rudimentar, sem acabamento. Talvez no futuro possamos fazer análises mais aprofundadas", comentou o cardeal Montezemolo.

"Não posso antecipar nada, dependemos da autorização do papa e o projeto será estudado, mas novos estudos não poderão negar que a tumba seja a de são Paulo, porque sobre isto já existe um consenso há 20 séculos e nenhuma discórdia. Pode ser que tenhamos autorização também para explorar o interior do sarcófago", acrescentou o cardeal.

As escavações do túmulo de são Paulo fazem parte de um projeto mais amplo de reorganização da Basílica, que sofrerá mudanças nos sistemas de iluminação, segurança, organização museográfica e arqueológica para se adequar às normas de segurança exigidas pela Santa Sé para todas as basílicas.

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