O presidente regional do Partido dos Trabalhadores (PT) no Distrito Federal, Vilmar Lacerda, disse em depoimento na Polícia Federal (PF) que o dinheiro sacado do Banco Rural se destinou ao pagamento das dívidas do partido. Vilmar Lacerda admitiu a existência do caixa 2. Afirmou ainda que agiu de acordo com ordens do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
"O nome é caixa 2 ou contas não-contabilizadas que a gente tinha no PT e, por orientação do tesoureiro nacional, nós fizemos o pagamento dessa forma. Tudo foi feito por orientação de Delúbio Soares", relatou.
Vilmar Lacerda explicou que foram feitos três saques entre setembro e outubro de 2003. O primeiro, de R$ 50 mil, pelo próprio Lacerda na agência do Banco Rural em Brasília. Os outros dois ? um de R$ 100 mil e outro de R$ 35 mil ? foram feitos por militantes do PT de Brasília na agência do Banco Rural em Belo Horizonte e na própria SMP&B, empresa de Marcos Valério.
De acordo com o presidente regional do PT, um dos militantes ? que Vilmar Lacerda chamou de Sinval ? recebeu um cheque endossado na agência do Banco Rural, e o outro, Carlos, assinou recibo na própria SMP&B. Ele acrescentou que o PT-DF ainda recebeu R$ 196 mil diretamente da direção nacional do partido.
Lacerda explicou que o dinheiro foi gasto com pagamento de dívidas de campanha e do partido. "[O dinheiro] às vezes vinha de maneira institucional e às vezes de forma não-institucional. Fiz tudo de boa-fé e em confiança ao Delúbio Soares", afirmou.
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