Os jogadores do São Paulo terão gorda premiação para tirar do Inter o título da Libertadores de 2006, algo perto dos R$ 80 mil. Bom, mas menos do que a diretoria gaúcha oferece para seus atletas em caso de festa no Beira-Rio, na quarta-feira: R$ 100 mil na conta corrente de cada um. O prêmio menor não é porque o clube do Morumbi tem menos dinheiro. ?É porque temos premiação com mais freqüência. E aqui tudo é planejado?, explica o diretor de Futebol, João Paulo de Jesus Lopes, um dos responsáveis pela saúde do clube.
Há menos de um ano, o São Paulo pagava a seus atletas premiações pela conquista da Libertadores de 2005 e também pelo Mundial de Clubes da Fifa. Só aí são dois títulos ainda frescos na memória do torcedor e no bolso dos atletas. Se vencer o Brasileiro – e pode -, terá mais uma conquista para pagar. Com tantas vitórias, corre o risco de secar o caixa só com prêmios extras dos objetivos conquistados.
A receita do São Paulo por ano é hoje de R$ 120 milhões. Estima-se que o clube fechará o balanço de 2006 com superávit de R$ 10 milhões – R$ 6 milhões a mais que no ano passado. ?Os números acenam nessa direção?, diz Lopes.
Num País onde o futebol é deficitário, há um clube que sabe ganhar dinheiro. Até com as bilheterias o São Paulo tem enchido a burra – outra façanha rara aos times brasileiros. Com os sete jogos da Libertadores no Morumbi, a renda bruta bateu na casa dos R$ 10 milhões. A média de público alcançou 50 mil torcedores. ?A Libertadores é o principal torneio para o nosso torcedor. São nesses jogos que ele aparece, acredita, empurra a equipe. Faz isso também no Brasileiro, mas em menor escala?, comenta Lopes.
A mais nova fonte de receita do São Paulo tem sido o aluguel dos camarotes do estádio. Bem pouco tempo atrás, o clube tinha apenas três locais destinados a empresas, bancos ou convidados de honra, quase sempre ocupados pelos patrocinadores do time. ?Hoje são 30 camarotes, todos reservados para a Libertadores e Brasileiro. O São Paulo chega a arrecadar perto de R$ 3 milhões por ano com eles?.
Nos últimos 11 anos, o São Paulo fez US$ 105 milhões com a exportação de seus jogadores – uma média de US$ 9 milhões por temporada. Tudo isso se traduz, segundo o diretor de futebol, numa equipe organizada, competitiva, com salários em dia para todos os seus jogadores. ?Dessa forma, sempre nos trilhos, podemos trabalhar com tranqüilidade e sempre um passo à frente da concorrência?, conclui.