Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Emerson Leão andava irritado com o time do São Paulo. Adepto ao futebol alegre, de toques rápidos e bastante objetividade, o técnico estava pasmo com o fraco desempenho ofensivo de seus atletas. Pediu, ou melhor, exigiu que diante do Paysandu, um bombardeio de chutes fosse colocado em ação. Queria 20, contra 5 ou 6 que vinha sendo obrigado a assistir. Viu 16 finalizações transformarem-se na maior goleada deste Brasileiro: 7 a 0 e a subida para a 4.ª posição.

Em apenas uma partida o São Paulo marcou mais do que nos outros 6 jogos sob o comando de Leão, cinco. Depois de 20 dias, a equipe reencontrou o caminho das vitórias. Desde os 2 a 0 sobre o Paraná, em 8 de setembro, ainda na estreía de Leão, o time não ganhava. Foram quatro empates e uma derrota. Agora o time vem bastante motivado para o confronto com o Palmeiras, sábado, no qual tenta quebrar o tabu de ainda não levado a melhor em clássicos neste Brasileiro.

A decepção do jogo desta terça-feira foi o público. Apenas 2.672 pagantes assistiram ao passeio tricolor. Com direito a pintura de gols de Grafite e Souza. E mesmo assim ainda ousaram vaiar o time.

Claro, depois do tropeço inesperado diante do Grêmio, derrota por 2 a 1 no fim de semana, qualquer erro era motivo para cobranças. Pior para o volante Renan, que nada tinha a ver com isso, afinal nem jogou contra os gaúchos. O substituto de Alê, suspenso, quis mostrar ao treinador ter condições de ganhar uma vaga. Foi ao ataque e, aos 7 minutos, deu o primeiro chute. Longe.

No minuto seguinte, lá estava o volante de novo. Desta vez, pegou mal na bola, recuando para o goleiro Paulo Musse. “Uhhhh, teve de ouvir.” na seqüência Cicinho também falhou na finalização.

Um começo de afobação. Um fim brilhante, com direito a gols de placa, gritos de olé e aplausos para Grafite, que já foi perseguido e até esta terça-feira era bastante contestado. Mantendo o apresentado diante dos fracos paraenses, ganhará o tão buscado reconhecimento.

A festa começou com o lateral artilheiro Cicinho, aos 30 minutos. Na área, girou rápido e abriu a porteira. E onde passa um boi…Grafite serviu Nildo aos 34: 2 a 0. Num primeiro tempo tricolor, onde Rogério não passou de telespectador, 8 finalizações. “O importante é contribuir”, limitou-se a dizer Grafite, no intervalo. Talvez ainda cabreiro com a falta de gols dos atacantes. Mas sua noite estava longe de acabar. E teria final feliz.

Guerreiro, pegou bola sozinho, livrou-se de um marcador na velocidade, deu meia-lua no outro e encobriu o goleiro: 3 a 0 com direito a palmas até de Leão. Cicinho e Grafite voltaram a marcar. Souza, no primeiro lance, driblou o zagueiro e acertou o ângulo. E Jean também deixou o seu.

Quando um espetáculo é bom, acaba com palmas. Foi o que aconteceu no Morumbi.

Na próxima rodada, sábado, o São Paulo tem o clássico contra o Palmeiras pela frente. No mesmo dia, o Paysandu enfrenta o Vitória em Salvador.
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