Desde que assumiu a liderança do Campeonato Brasileiro, na 12ª rodada, o São Paulo é um dos times mais regulares da competição: somou pelo menos quatro pontos a cada três rodadas. Graças ao bom aproveitamento, se mantém com relativa tranqüilidade na primeira posição – atualmente tem 50 pontos contra 45 do segundo colocado, o Grêmio.
Como só ganhou um ponto nas duas últimas apresentações que fez, o time de Muricy Ramalho precisa derrotar o Vasco, às 22 horas desta quarta-feira, no Morumbi, para provar que não está caindo de produção e que tem fôlego para brigar pelo título que não conquista há 15 anos – é tricampeão brasileiro e busca o tetra.
"Ainda é cedo para se pensar em título. Há 36 pontos em disputa e muita coisa pode acontecer", pondera o técnico Muricy Ramalho, que rechaça os cálculos de que o time do São Paulo tem 60% de chances de ser campeão. "Encaramos todos os jogos como verdadeiras decisões.
Para superar o time carioca, o São Paulo terá dois reforços e um desfalque. O volante Mineiro, convocado pelo técnico Dunga para os amistosos da seleção brasileira contra Kuwait e Equador, não poderá jogar – viaja nesta quarta-feira à tarde para substituir o cortado Edmílson, contundido. Seu lugar no time deve ser ocupado por Richarlyson.
Por outro lado, o goleiro Rogério Ceni, que cumpriu suspensão diante do Atlético-PR, e o centroavante Aloísio, recuperado de lesão muscular na coxa direita, estão à disposição de Muricy. "O Aloísio é nosso atacante mais importante", afirma Muricy, enchendo o atacante de elogios. "É forte, tem boa presença de área e segura a bola no ataque.
Sem ritmo
Não atuando desde o dia 7 de setembro, na derrota por 2 a 1 para o Boca Juniors, pela Recopa Sul-Americana -, Aloísio terá de se empenhar para justificar o apoio do treinador são-paulino. Mesmo porque, ele não faz gols há 40 dias – o último foi nos 3 a 2 sobre o Paraná.
O que alivia as preocupações de Muricy é que o comportamento tático da equipe vem correspondendo, principalmente graças às boas atuações do zagueiro Miranda, que deu nova postura à defesa são-paulina. "Ele está acostumado a essa formação e tem mostrado qualidades", comenta o treinador, apostando mais uma vez no esquema 4-4-2, ao invés do 3-5-2 utilizado nos últimos anos pelo São Paulo.
O Vasco tenta se livrar de um incômodo tabu: não derrota o São Paulo no Morumbi há 17 anos, desde a final do Campeonato Brasileiro de 1989, quando venceu com um gol de Sorato. A partir de então, foram disputadas nove partidas no estádio entre as duas equipes, com cinco derrotas para os cariocas e quatro empates.
Com a confiança de quem superou, fora de casa, Grêmio, Internacional e Santos, favoritos ao título da edição atual do Brasileiro, o Vasco quer repetir a façanha hoje, às 22 horas, no campo do líder da competição.
"O São Paulo tem um grande time, mas não é imbatível. E pode ter certeza de que eles nos respeitarão", disse o técnico Renato Gaúcho, que ganhou um desfalque de última hora. O meia Ramon, com dores no tornozelo direito, foi vetado pelos médicos do clube e será substituído pelo volante Amaral.
Com a ausência de Ramon, o treinador escalou o time no esquema 3-5-2, com o volante Ygor exercendo a função de terceiro zagueiro. No início da semana, ele manifestou sua vontade de voltar a utilizar o sistema 4-4-2, mas mudou seus planos por causa da contusão do meia de ligação.
Confirmado como titular, o atacante Leandro Amaral quer mostrar contra o São Paulo a mesma eficiência apresentada nos treinos, em que vem marcando muitos gols. Na visão de Renato Gaúcho, ele aumentou a força ofensiva do Vasco, que empatou suas últimas seis partidas do Brasileiro, e formará boa dupla de frente com Jean.
O treinador reconheceu que Leandro sentirá a falta de ritmo, mas afirmou que isso só se adquire com a seqüência de jogos. " Ele é goleador e só será substituído quando estiver cansado", declarou Renato Gaúcho, que classifica o empate contra o São Paulo como bom resultado.
Motivador nato, ele está certo de que o Vasco conquistará uma vaga na Copa Libertadores. "O momento é de definição. Temos que engrenar na hora certa, com inteligência".