São Paulo (AE) – O São Paulo não foi "cascudo" como Leão havia sugerido. Jogou com a excelência do talento de seus principais jogadores e venceu o Universidad de Chile por 4 a 2, nesta quarta-feira, no Morumbi. Resultado que levou o time paulista à liderança do Grupo 3 da Copa Libertadores da América, agora com quatro pontos. Tudo perfeito, não fossem os erros da zaga, fonte de calafrios para a torcida e para o técnico.
O time abriu o jogo com pressa, uma certa urgência de resolver tudo ainda no primeiro tempo. A ordem era pulsar no ritmo da frenética torcida de pouco mais de 41 mil pessoas. Os chilenos não poderiam nem respirar. Dois minutos de jogo e Lugano fez tremer o Morumbi. Era a senha de que o time do Chile não teria mesmo tempo para pensar. O lance começou com um cruzamento de Júnior para Luizão que, em posição duvidosa, arrumou para Lugano, também de cabeça, marcar o primeiro gol do Tricolor. Tudo de acordo com o roteiro previsto por Emerson Leão.
Gol-relâmpago e autoconfiança exagerada. A zaga do São Paulo, o ponto fraco do time e que pode provocar grandes problemas na Libertadores, começou a dar suas vaciladas. Lugano errou uma saída de bola e quase deu o empate. Fabão espirrou o taco, escanteio. Na cobrança, Gioino empatou, aos 7.
Susto no Morumbi. Apreensão e ansiedade por parte da torcida tricolor. No campo, os jogadores não se intimidaram. Marcação sob pressão e os volantes Mineiro e Josué no território inimigo. Para um chileno, três brasileiros em cima.
Da blitz nasceu a falta que Danilo recebeu quase na intermediária. Rogério Ceni bateu e, com muita perícia, fez o gol do desafogo, aos 20. A casa estaria novamente em ordem não fosse um imprevisto: Luizão sentiu uma dor na coxa e teve de sair da batalha. Leão trocou o atacante pelo garoto Marco Antônio, de 20 anos, volante de origem e meia por vocação. Marco Antônio foi jogar no ataque, pelos flancos, e Grafite foi fazer o papel de Luizão. O São Paulo ficou torto, mas dono da situação.
O problema continuava na zaga. Em um descompromissado contra-ataque da Universidad, Edcarlos abusou: tentou cortar a bola que chegava para Ceni e arrumou para Gioino empatar outra vez, aos 38.
A ansiedade tomou conta das arquibancadas mais uma vez. O time perdeu o compasso. Havia vontade de sobra e pouca lucidez. Apenas o experiente Júnior parecia com os nervos no lugar. Dele nasciam os melhores lances. E foi de Júnior o passe para Danilo, na ponta esquerda, cruzar na cabeça de Cicinho lá do outro lado. O lateral subiu e guardou: 3 a 2, aos 47. Alívio geral no Morumbi.
No segundo tempo, o São Paulo não voltou como aquele turbilhão da primeira parte do jogo. Quis cadenciar e deu campo para o Universidad crescer. No momento em que os chilenos mais encostavam, Grafite fez o quarto, aos 19. Vitória garantida e a lição de que na Libertadores é preciso muito cuidado na zaga e não só de "cascudos".
Ficha Técnica
São Paulo: Rogério Ceni, Fabão, Lugano e Edcarlos (Renan); Cicinho, Mineiro, Josué, Danilo (Falcão) e Júnior; Grafite e Luizão (Marco Antônio). Técnico: Leão
Universidad Chile: Herrera; Santibañez, Lucas, Ponce e Rojas; Martinez, Ormazábal, Pinto e Riveros; Rivarola (Canio) e Gioino. Técnico: Hector Pinto
Gols: Lugano, aos 2 min; Gioino, aos 7 min; Rogério Ceni, aos 20 min; Gioino, aos 38 min e Cicinho, aos 47 min do 1° tempo; Grafite, aos 19 min 2° tempo.