A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, decide nesta quinta-feira se a cidade vai protocolar no Comitê Olímpico Brasileiro (COB) a intenção de ser candidata a sede dos Jogos Olímpicos de 2012. Mas a secretária municipal de Esportes, Lazer e Recreação, Nádia Campeão, acha que a “prefeita vai assumir a candidatura”.
São Paulo nunca foi nem mesmo pré-candidata a uma Olimpíada, embora seja “a cidade mais competitiva do Brasil por ser o principal centro de tecnologia, compras, negócios, cultura entretenimento…”, segundo disse Nádia Campeão. Agora, segundo a secretária, a Prefeitura não está preocupada com um possível confronto com o Rio, candidato declarado aos Jogos de 2012. “Pena que as regras não permitam uma divisão dos Jogos entre Rio e São Paulo”, comentou.
Nádia Campeão participou nesta quarta-feira da solenidade de lançamento do concurso público estadual, pelo governador do Estado Geraldo Alckmin, para que arquitetos apresentem projetos de modernização do Conjunto Constâncio Vaz Guimarães, o complexo esportivo do Ibirapuera.
São Paulo tem até segunda-feira para protocolar a carta de intenção da candidatura. “Fizemos um estudo de viabilidade e achamos que São Paulo tem condições. Mas é a prefeita quem tem de assinar a carta. Se isso ocorrer, podemos trabalhar até 15 de abril, o prazo para protocolo das propostas de candidatura em si”, afirmou Nádia Campeão, explicando que o pagamento das taxas, de US$ 100 mil para o Comitê Olímpico Internacional (COI) e de R$ 200 mil para o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), só seria feita em abril. “Agora é questão de participar do processo.” A decisão, a nível internacional, será em 2005.
Na avaliação de Nádia Campeão, dez anos – isso inclui sondagens feitas a construtoras e outros setores empresariais – são suficientes para recuperar a Guarapiranga para os esportes náuticos, fazer o metrô chegar ao aeroporto de Cumbica, reformar o complexo do Ibirapuera, construir uma Vila Olímpica para ser comercializada após os Jogos, dentre muitas outras obras.
Reforma
O complexo do Ibirapuera tem 47 anos e foi construído quando São Paulo tinha 3,5 milhões de habitantes – o ginásio Geraldo José de Almeida ficou pronto em 1957. O concurso público, uma parceria da Secretaria da Juventude, Esporte e Lazer e do Instituto dos Arquitetos do Brasil, será definido em abril de 2003. Ao vencedor da melhor proposta de transformação do Ibirapuera em um pólo de entretenimento, serviços, lazer e de formação de atletas, está reservado R$ 40 mil reais, mais R$ 20 mil e R$ 10 mil aos segundo e terceiro colocados, respectivamente.
Mas esse é o único dinheiro público destinado à obra, por enquanto. Só após o projeto executivo, o Estado destinará verba para a modernização do Ibirapuera, motivo pelo qual o governador evitou falar em prazos.
De concreto, há apenas a parceira do governo com a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), que vai assegurar a reforma da esburacada pista de atletismo do complexo, construída em 1974, com verba de US$ 1 milhão. Segundo a BM&F, a pista começa a ser reformada em janeiro e os atletas que correm no Ibirapuera ganharão um piso italiano da marca Mondo, presente nas melhores pistas do mundo.