A diretoria do São Paulo deu o braço a torcer. Depois de várias tentativas, os dirigentes já se mostram convencidos de que será mesmo preciso aguardar até o fim de março para tirar o atacante Dagoberto do Atlético-PR. Nenhuma das investidas encabeçadas pelo presidente Juvenal Juvêncio fez o chefão do clube paranaense, Mário Celso Petraglia, baixar a guarda e facilitar a transferência do jogador, que completa 24 anos na próxima quinta-feira, para o Morumbi.

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"O Atlético está dificultando, não quer entrar em um acordo mais cedo, mas também não vem aproveitando o atleta. Mas no final do mês ele virá para cá", garante o vice-presidente de futebol do São Paulo, Carlos Augusto Barros e Silva. "Nós estamos convictos de que o Dagoberto vai jogar no São Paulo.

O São Paulo só está esperando a chegada do dia 29, quando, de acordo com a legislação, a multa rescisória de Dagoberto com o clube paranaense despenca de R$ 16 milhões para pouco mais de R$ 5 milhões. A diretoria são-paulina já ofereceu esse valor ao Atlético mais de uma vez, desde o início do ano, e não houve negociação. Mas, no fim de março, ele terá de aceitar.

"O Atlético quer segurar o atleta o máximo possível para dar uma satisfação a seus torcedores. Então, vamos esperar a queda dessa multa", reforça Carlos Augusto Barros e Silva.

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Até o fim de janeiro, o Atlético se negava a sentar com o São Paulo sequer para conversar por ter a certeza de que seria fácil empurrar o atleta para o futebol europeu – Monaco e Bordeaux, ambos da França, chegaram a se interessar. Mas Dagoberto avisou que só toparia ir embora se fosse para jogar em um time de ponta.

Foi a senha para que o São Paulo investisse pesado sobre o jogador. Até o atacante Aloísio, que jogou no Atlético-PR em 2005, começou a ligar para Dagoberto para ajudar a diretoria são-paulina.

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Nas últimas semanas, Juvenal Juvêncio finalmente conseguiu se reunir com representantes do clube paranaense para tratar do assunto e até ficou animado com o possível fim da novela. Mas o Atlético reluta.

O técnico Muricy Ramalho nem faz questão de se envolver no assunto. É lógico que quer contar com Dagoberto, ainda mais por não ter ninguém no elenco com as mesmas características. Mas não se entusiasma. "Eu sou igual a São Tomé: só acredito quando puder vê-lo aqui, treinando com a gente. O que eu sei é o que vocês sabem. A negociação ainda está emperrada, mas temos esperanças", disse.

Uma postura muito parecida com a dos procuradores do jogador, que continuam nas mãos da diretoria do Atlético. "Ainda não há nada assinado nem definido. Só o interesse do São Paulo. E o Dagoberto só quer jogar", disse o empresário Naor Malaquias.