A zebra pintou neste sábado na primeira decisão da semifinal do Campeonato Paulista. E fez a festa no Morumbi. O São Caetano surrou o São Paulo, segundo melhor time da competição, e garantiu presença na final. Ganhou por 4 a 1 e agora espera de camarote o outro finalista, que sai do duelo deste domingo entre Santos e Bragantino. O São Paulo jogava por dois empates. Ficou no 1 a 1 no primeiro jogo e neste sábado foi humilhado em sua casa.
O torcedor são-paulino parecia não acreditar no que estava vendo e já cobrou o título da Libertadores.
Em 2004, quando o São Caetano era dirigido por Muricy Ramalho, o time do ABC Paulista também aprontou para cima do São Paulo. Ganhou na semifinal do Paulista por 2 a 0, com dois gols de Fabrício Carvalho, e deu férias para o adversário.
Neste sábado, o time do técnico Dorival Júnior repetiu a ousadia de três anos atrás. Empatou o primeiro tempo por 1 a 1 e fez três gols na etapa final. O time do Morumbi foi valente até o fim da partida, mas esbarrou na marcação e no nervosismo.
O São Paulo entrou em campo classificado. O empate dava ao time o direito de disputar a final. Com três zagueiros, Muricy Ramalho demonstrou não querer passar sufoco. Fortaleceu a defesa e liberou seus laterais. Parecia o mais sensato a se fazer. Só não contava com a má atuação de André Dias.
O São Caetano entrou eliminado. Precisava da vitória. Ganhando a maioria das bolas no meio-de-campo, logo se postou no gramado e tomou a iniciativa das jogadas. Deu trabalho no primeiro tempo. Foi um time mais agressivo em relação à primeira partida. Em comum nos dois times, a velocidade.
Mesmo favorecido pelo empate, o São Paulo rasgou o regulamento. Jogou para vencer. Aos 9 minutos, Rogério Ceni deu o ar de sua graça na área adversário. Cobrou falta no travessão. O goleiro Luiz ficou na torcida para a bola não entrar. E não entrou.
A confiança dos donos da casa aumentou, mesmo embora o São Caetano continuasse dando trabalho. Aos 16 minutos, três escanteios seguidos.
E em uma jogada bem tramada pelos laterais no meio, Ilsinho arriscou de longe e fez golaço, aos 23 minutos. "O Muricy pediu para a gente arriscar de longe. Tive chance e fui feliz", comentou Ilsinho.
Vitória parcial para quem precisava apenas do empate parecia passo mais que certo para a decisão da competição. Parecia? Após o gol, o São Caetano partiu para cima e foi sempre perigoso. Mostrou que não se entregaria. O São Paulo não soube aproveitar os espaços vazios na defesa do rival.
O time do ABC pressionou e contou com um erro na saída do adversário para empatar. O São Paulo ganhou a bola em sua defesa e saiu rápido para o ataque, só que errou passe no meio. Canindé foi lançado na esquerda e cruzou para Luís Henrique marcar: 1 a 1, aos 37 minutos. Era o resultado que o técnico Dorival Júnior precisava para dizer no intervalo que ainda dava. E deu.
O São Caetano voltou arrasador para o segundo tempo. Aos 8 minutos, o zagueiro Thiago – na lista de reforços do time do Morumbi para o Brasileiro -, de cabeça, fez 2 a 1. Um minuto depois, André Dias errou dentro da área, tomou chapéu de Glaydson e viu o rival encher o pé para fazer o terceiro gol: 3 a 1.
O São Paulo desmoronava diante de seus torcedores no Morumbi. Era o fim de mais uma decisão na história do clube paulista. A humilhação veio no quarto gol, de Douglas, aos 25. O jogador do São Caetano recebeu de Somália, driblou Rogério e tocou para o gol, o último da zebra do ABC.