Desta vez, Robinho não conseguiu carregar o time do Santos nas costas. Costas que, por sinal, estavam doloridas desde as pancadas recebidas no jogo de quinta-feira contra o Rio Branco. Dores que o impediram de brindar a torcida com outra grande exibição e o levaram a deixar o campo aos 17 minutos do segundo tempo da partida contra o São Caetano. Com Robinho fora de combate, coube a um quase desconhecido atacante salvar a equipe neste domingo, ganhando direito a alguns minutos de glória: Evando, que quase ao final da partida marcou o gol da vitória por 3 a 2 sobre o time do ABC na Vila Belmiro.

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Um resultado fundamental para o Santos. O time foi a 24 pontos no Paulista e continua no encalço do líder São Paulo, que tem 4 pontos a mais. Mas que não esconde um fato: o Santos, decantado como o melhor time do País mesmo com todas as alterações que sofreu em relação ao Campeonato Brasileiro, depende decisivamente de Robinho.

Claro que não se pode tirar o mérito da bem montada equipe do São Caetano, que marcou bem a maior parte do tempo (embora se tenha verificado falhas de posicionamento em dois dos três gols santistas) e não teve medo de encarar o Santos. Nem tirar o direito dos bons jogadores santistas de não estarem em uma "tarde feliz", expressão normalmente utilizada para justificar atuações ruins. O problema é que neste domingo o Santos apresentou vários defeitos.

Individualmente, nenhum jogador foi bem. O meio-campo esteve confuso na marcação – muitos dos contra-ataques do São Caetano foram facilitados por erros de posicionamento no setor e na defesa – e também na criação de jogadas. Ricardinho apareceu pouco, o que inibiu o trabalho de Paulo César (que fez boa partida) e Léo. Mas o técnico Oswaldo de Oliveira também não encontrou solução para tornar o time mais eficiente diante de um adversário bem posicionado.

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O que não significa o jogo não tenha sido bom. Não teve grandes jogadas e nem aqueles lances individuais que de tanta beleza e técnica levantam até os torcedores adversários. Robinho de quem sempre se espera lances de efeito, além das dor nas costas teve de conviver com a implacável marcação do bom volante Zé Luiz e, embora tenha se movimentado bastante, não conseguiu fazer grandes jogadas.

Mas fez o primeiro gol do Santos, num lance em que a defesa do São Caetano pediu impedimento que não existiu – foi o décimo gol de Robinho, artilheiro do Paulista junto com Finazzi (América) e Diego Tardelli (São Paulo). Só que pouco depois Marcinho cobrou uma falta e aproveitou-se do fato de o goleiro Mauro ter armado mal na barreira para empatar, resultado justo para o primeiro tempo.

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Na etapa final, mesmo com um maior volume de jogo (aquele tipo de domínio no qual o time fica com a bola, mas é pouco de objetivo), o Santos fez o segundo com uma cabeçada de Deivid, após indecisão de Sílvio Luiz – que depois se recuperaria com três boas defesas. Domingos marcou contra logo depois e novamente o jogo ficou empatado.

E parecia que assim iria terminar quando Evando, que entrara pouco minutos antes no lugar de Tcheco, recebeu passe de Ricardinho e fez o terceiro gol. Era a vitória, aos 44 minutos do segundo tempo. Alívio para o time, já vaiado, e para o técnico Oswaldo de Oliveira, também alvo dos torcedores.

Agora, o Santos deixa o Paulista de lado para pensar no jogo com o Danúbio, do Uruguai, quinta-feira, pela Libertadores. No domingo volta ao Estadual, no clássico contra o Palmeiras.