O meia-direita Zé Roberto, do Botafogo, é um dos reforços pedidos por Vanderlei Luxemburgo à diretoria do Santos. O assunto vinha sendo tratado em sigilo, mas uma fonte ligada aos dirigentes vazou a informação ontem.
Zé Roberto (José Roberto de Oliveira) vai fazer 26 anos no dia 9 do próximo mês, é goiano de Itumbiara e antes de ir para o clube carioca jogava no Vitória. Ele tem contrato com o Botafogo até dezembro de 2007 e a multa rescisória é de R$ 8 milhões.
"Tivemos uma reunião na terça-feira para discutirmos a contratação de reforços, mas tudo está sendo tratado internamente", desconversou o diretor de futebol Luiz Antônio Ruas Cape. Mas o Botafogo confirma que foi procurado.
A preocupação dos santistas é de que outros clubes atravessem as negociações, como aconteceu com Lenílson, que acertou com Luxemburgo a sua transferência do Noroeste para o Santos após o Campeonato Paulista deste ano, mas o São Paulo descobriu e acabou levando o meia para o Morumbi.
"Quando fecharmos com algum jogador eu venho aqui e falo", repete o técnico Luxemburgo, afirmando que não vai alimentar especulações.
O treinador também acha que o anúncio de reforços agora pode desviar as atenções do time para os três jogos restantes do Campeonato Brasileiro. Somente por isso ainda não teria sido informado oficialmente que o lateral-direito Vítor, do Goiás, já teria acertado com o clube.
O Santos também estaria disposto a entrar na briga para levar o centroavante Nilmar para a Vila Belmiro. O próprio Luxemburgo já comentou que vão chegar mais dois ou três jogadores de alto nível, para serem titulares do time que está sendo planejado para ganhar a Copa Libertadores de 2007, título que falta para Marcelo Teixeira e para o próprio Luxemburgo.
A estratégia do técnico para convencer a diretoria a investir pesado é dispensar os jogadores que não estão sendo úteis e, com a soma de quatro ou cinco salários, pagar os gastos com um atleta ‘diferenciado’
Pelas contas do técnico, Zé Roberto, que ganharia perto de R$ 500 mil por mês, não custa nada ao clube, porque o seu salário quase empata com a soma dos de Léo Lima, Wendel e Fabinho (ex-Corinthians), que já deixaram o clube. "Além disso, Zé Roberto valoriza os novos jogadores", argumenta o treinador.
Quando mandou Giovanni, Luizão e Cláudio Pitbull embora de uma só vez, Luxemburgo atingiu dois objetivos: ficou com saldo em salários para contratar bons reforços e deu a início à formação de um time com jogadores que aceitam sua voz de comando sem contestar.
Agora, a pergunta que mais se ouve no clube é de onde o Santos vai tirar dinheiro para contratar jogadores caros se os US$ 30 milhões da venda de Robinho já teriam acabado, ou estariam no fim, como admitiu Teixeira, recentemente.
O mais provável é que o presidente e sua família, que já receberam os cerca de R$ 26 milhões que o clube lhe devia, voltem a ser credores, esperando receber de volta o emprestado quando for vendido um novo talento formado pelo clube.
