Para alguns jogadores do Santos, a estréia no Campeonato Paulista diante do Barueri, nesta quarta-feira (17), às 21h45, no Palestra Itália, é a oportunidade para Zé Roberto e Antônio Carlos, mais de dez anos depois, relembrarem velhas passagens e o início de carreira antes de brilharem no exterior e na seleção brasileira.
"Existe o Motoradio ainda?", pergunta Zé Roberto, que ainda se lembra do seu primeiro jogo como titular da Portuguesa num Campeonato Paulista, em 1994. "Foi contra o Ituano e vencemos por 3 a 0. Recebi o Motoradio por ter sido eleito o melhor em campo." Dias atrás, revendo velhos troféus que ganhou, o 10 santista encontrou um especial. "Fui eleito o melhor lateral-esquerdo de 1996, quando ainda jogava na Portuguesa.
O mando é do Grêmio Barueri, por isso a partida acontece no estádio do Palmeiras, o mesmo em que o clube mandou seus jogos na fase final da Série C do Brasileiro, quando obteve o acesso à Série B.
Antônio Carlos também tem boas lembranças do Paulistão. "O jogo que eu não esqueço é aquele 4 a 0 na decisão de 1993 contra o Corinthians, no fim da fila de 17 anos do Palmeiras." Outro motivo para o zagueiro considerar o Campeonato Paulista especial é que o deste ano será o último de sua vitoriosa carreira. "Vou parar neste ano para ser auxiliar técnico ou até mesmo técnico. Além disso, é o meu sexto Paulista e será mais legal porque terá semifinal e final, como o torcedor gosta.
O jogador tem quatro títulos paulistas: 1991 com o São Paulo, 1993 e 1994 no Palmeiras, 1997 pelo Corinthians. Se ganhar pelo Santos, conseguirá o feito de conquistar o Estadual pelos quatro grandes.
Quanto à sua reestréia, Antônio Carlos não vê grandes dificuldades porque nos três treinos com bola, no jogo-treino contra o São José e no amistoso com Ituano se entendeu bem com Ávalos, com quem chegou a jogar na sua primeira passagem pelo clube, em 2004. "É um jogador inteligente e não haverá problema.
Seguindo à risca o estilo do seu mestre, Vanderlei Luxemburgo, o zagueiro disse que procurou saber o máximo do Barueri, mas preferiu não revelar nada. E nem adiantou como o seu time vai jogar. "Se bem que todo time do Luxemburgo joga para frente, procurando o gol." Luxemburgo pediu que o torcedor da capital para comparecer ao Palestra Itália para apoiar o time. "Como aconteceu no Pacaembu, que é a nossa segunda casa, no ano passado".
O técnico considera o time atual mais versátil e experiente do que o que foi campeão em 2006. "Procurei contratar jogadores com capacidade para mudar o esquema durante as partidas. Com esses jogadores, posso usar o esquema que quiser. É uma equipe mais sólida." Apesar de não ter um centroavante de sucesso, Luxemburgo não se queixa. Ao contrário: procura dar força a Fabiano, que viu jogar poucas vezes no ano passado e gostou. "Ele está bem, se machucou e agora precisa de oportunidade confirmar se é artilheiro ou não.
Por enquanto, Luxemburgo vai utilizar o que tem de melhor, até porque precisa dar ritmo de jogo para o time que estreará na Copa Libertadores da América, dia 31, contra o Blooming, em Santa Cruz de La Sierra. É só a primeira partida do ano, mas o Santos já enfrenta uma mini-maratona, jogando três vezes em seis dias: quarta, sábado à noite, contra o São Caetano, e na segunda-feira, às 20h30, diante do Sertãozinho, os dois últimos na Vila Belmiro. No da segunda, é provável que Luxemburgo já poupe alguns titulares visando à estréia na Libertadores.
Como sabe que o rival está se preparando para a Libertadores, o Grêmio Barueri respeitar, mas não temer o Santos. É assim que o técnico Marcelo Vilar quer que seus jogadores se comportem na estréia na primeira divisão do Campeonato Paulista. Apontado como grande sensação do futebol de São Paulo nos últimos tempos, quando conseguiu seis acessos em cinco anos, o time não terá o apoio de sua torcida, porque o seu estádio passa por reformas.
O treinador revelou que os jogadores estão cientes da responsabilidade da estréia diante do atual campeão paulista. "Esta é a realização de um sonho para muitos jogadores. Muito estão aqui no clube desde a Série A-3. Somos uma incógnita, mas queremos nos tornar realidade.
O time terá duas estréias: o lateral-esquerdo Giba e o meia Júlio César foram contratados e são os únicos que não participaram das campanhas vitoriosas do ano passado. Para encarar o Santos, o técnico irá utilizar o 4-4-2 e diz não se preocupar com nenhum jogador em particular. "O todo do Santos preocupa. Não podemos pensar somente em um jogador." Esta será a segunda vez que Vilar enfrenta o Santos. Na primeira vez, dirigindo o Palmeiras, perdeu por 2 a 1.
A diretoria tem a expectativa de que perto de 10 mil torcedores vão apoiar o time na capital, embora a Prefeitura de Barueri tenha desistido de oferecer ônibus gratuitos para os torcedores, como fez em alguns jogos da Série C em 2006. O time só vai jogar em casa diante do São Paulo, dia 17 de abril, na penúltima rodada. Isso, é claro, se as obras de ampliação do Estádio Orlando Batista Novelli estiveram concluídas.
Ficha técnica
Barueri – Gilvan; Edilton, Anderson Marques, Fábio Luiz e Giba; Nenê Miranda, Júlio, Júlio César e Luciano Gigante; Pedrão e Thiago Humberto. Técnico: Marcelo Vilar.