Todos são inocentes até prova em contrário. Esta é a obrigação e o dever de qualquer colega ao aceitar defender um cliente.

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Nos últimos dias, acompanhamos pela imprensa mais um capítulo dos acontecimentos envolvendo o casal de ?bispos? de uma dessas novas religiões que surgiram no vácuo das tradicionais que, de certa maneira, esqueceram de suas ?ovelhas? e continuaram com o seu reacionarismo perante o mundo moderno, contestando costumes e necessidades de seus seguidores e permanecendo com os mesmos dogmas tradicionalistas que, no passado, acabaram levando a uma impiedosa inquisição.

A Fé sempre rendeu muito dinheiro, basta ver a fortuna do Vaticano, bem como de outras religiões espalhadas pelo mundo. A venda de ?indulgências? e a garantia da felicidade suprema sempre foram as melhores estratégias de marketing de praticamente todas as crenças. Graças, talvez, à sua incontestabilidade, já que tratam-se de comercializações isentas de reclamação dos seus consumidores -afinal, ninguém pode voltar da morte para requerer os seus direitos no paraíso prometido.

O que mais chama a atenção neste momento é a fidelidade de alguns seguidores que, mesmo diante de provas incontestáveis e de todos os indícios apresentados e provados, continuam acreditando em ?armações? e ?calúnias? que visam derrubar um povo de Deus. Haras, mansões no exterior, milhões e milhões de reais, antenas de televisão, programas luxuosos e outros sinais de grande riqueza não importam. Dólares na bíblia são iguais a dólares na cueca… Santa ignorância a minha, afinal, os últimos estão junto às palavras de Deus!

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Quanto ao causídico que representa seus clientes junto ao Ministério Público, ele está perfeitamente certo ao responder à mídia a lisura de seus clientes. Afinal eles não roubaram de ninguém; apenas convenceram um bando de seguidores a dar o dízimo para que a sua igreja possa garantir aos seus pastores e bispos uma vida de luxo e poder, pois, afinal, a ?Santa Ignorância? de seus devotos assim permite e deseja.

Sylvia Romano é advogada trabalhista, em São Paulo.

E-mail: sylviaromano@uol.com.br

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