Depois da ameaça do governo do Paraná de barrar a entrada de carnes produzidas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, o governo catarinense resolveu flexibilizar o embargo imposto ao produto paranaense desde o fim de 2005, quando foram diagnosticados casos de febre aftosa no rebanho local. Na semana passada, o governo de Santa Catarina reabriu parcialmente seu mercado à carne produzida no Paraná.
Está liberado somente o comércio de produtos desossados, maturados, embalados e rotulados para a comercialização em açougues e supermercados catarinenses, confirmou a assessoria de imprensa do governo de Santa Catarina. De acordo com o coordenador de Defesa Agropecuária de Santa Catarina, Roni Barbosa, os vendedores de carne paranaenses estão liberados a passar por Santa Catarina para chegar ao Rio Grande do Sul ou aos portos catarinenses de São Francisco do Sul e Itajaí.
Foram incluídas quatro rodovias federais e uma estadual no corredor sanitário. Ele justificou a decisão lembrando que uma portaria do Ministério da Agricultura suspendia todas as restrições sanitárias ao Estado do Paraná. De acordo com Barbosa a portaria comprovou que não há circulação viral. "Por isso se entende que houve um restabelecimento a nível nacional de zona livre de aftosa com vacinação para o Paraná", disse.
Continua suspenso o trânsito de animais vindos do Paraná, mesmo daqueles que comprovadamente foram vacinados contra febre aftosa. De acordo com Barbosa, a liberação poderia prejudicar as negociações conduzidas pelo governo estadual para que Santa Catarina seja reconhecida como área livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Recentemente, o secretário de Agricultura do Paraná, Newton Pohl Ribas, ameaçou proibir a entrada no mercado local de carnes dos outros dois Estados do Sul do País se eles não permitissem a entrada do produto paranaense. Ele defendia o "princípio da reciprocidade", ou seja, se Santa Catarina e Rio Grande do Sul mantivessem o embargo, o Paraná poderia adotar a mesma postura. A restrição causava prejuízo de R$ 16 milhões por mês aos pecuaristas do Paraná, estimou na época.