No período janeiro a setembro deste ano, as exportações de carnes do Paraná aumentaram 68% em volume e 93,7% no faturamento em relação ao mesmo período do ano passado. Houve um boom das exportações de carnes no ano passado e a tendência desse ano é superar esse bom desempenho. O presidente do Sindicato da Indústria de Carnes do Paraná (Sindicarnes), Péricles Salazar atribui essa boa fase ao reconhecimento do mercado internacional ao programa de sanidade desenvolvido no Paraná e também no Brasil.
Para manter a valorização das exportações de carnes, Salazar pediu a todos os pecuaristas que não descuidem da imunização do rebanho durante a segunda etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa, que está em curso. A campanha iniciou no dia 1º e se estende até o dia 20 de novembro.
Salazar explicou que o Paraná se engajou fortemente no programa de sanidade empreendido pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento, que impulsionou as exportações brasileiras de carnes. No Brasil, as exportações de carnes aumentaram 44% no período de janeiro a setembro de 2004, em relação ao mesmo período do ano passado. O volume exportado passou de 615,3 milhões de toneladas em 2003 para 886.160 toneladas este ano.
O faturamento dessas exportações aumentou 73%, passando de US$ 1,075 bilhão em 2003 para US$ 1,865 bilhão este ano. “Isto significa que houve uma valorização da carne bovina este ano, em reconhecimento ao programa de sanidade do rebanho bovino que existe no País”, observou.
No Paraná, o faturamento das exportações também foi maior este ano. As exportações somaram US$ 42,82 milhões no ano passado e este ano avançaram para US$ 82,93 milhões, um aumento de 93,7%.
Segundo Salazar, a vantagem do Paraná é que o programa de sanidade desenvolvido no Estado contou com adesão total das entidades da iniciativa privada, que contribuem financeiramente para aparelhagem da estrutura de controle das doenças e também das campanhas de vacinação. Recentemente as entidades firmaram convênio com a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, onde foram doados equipamentos que fazem leitura de código de barras, para fazer a rastreabilidade dos animais.
Além da contribuição financeira entidades como sindicatos rurais, cooperativas e frigoríficos procuram suas bases para convencer os pecuaristas para que vacinem seus rebanhos. A intenção é manter o estado livre de febre aftosa, status mantido desde 1995. “O desafio de atingir a condição de área livre já conseguimos, agora o mais difícil é manter essa situação”, disse.
Para Salazar, o mercado internacional está reconhecendo esse esforço que tem que ser mantido a qualquer custo, sob pena do Brasil e Paraná perderem essas conquistas que estão se revertendo no aumento de faturamento para produtores e frigoríficos. A valorização da carne bovina foi obtida também graças à diversificação de países que estão comprando o produto do Brasil.
Atualmente 52 países estão comprando a carne bovina desossada fresca ou resfriado. E mais de 90 países estão comprando a carne bovina desossada congelada.