Tão enraizada nas estruturas do Estado estava a máfia dos sanguessugas que personagens como o ex-presidente José Sarney, senador pelo PMDB do Amapá, tornaram-se alvos. Na mesma situação está o senador Eduardo Siqueira Campos (PSDB-TO). Não há denúncias contra ambos. Eles são citados pelo empresário Luiz Antônio Vedoin (dono da Planam, principal empresa do esquema) por suposta ligação com assessores ou prefeitos que teriam recebido propina pelo direcionamento de licitação ou de suas emendas. À Justiça, Vedoin diz que pagou propina a um servidor da Secretaria de Saúde do Amapá, Alessandro Villas Boas, pelo direcionamento de emenda de Sarney, de R$ 240 mil, para unidades móveis de saúde.

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"Não sei por que meu nome está aí nesse negócio de ambulância", reagiu Sarney. Ele disse ter ouvido do governador do Amapá, Waldez Góes, que Villas Boas nem é servidor do Estado. Afirmou ainda que quem cuida do encaminhamento de emendas é sua assessoria no Senado. No orçamento de 2004, segundo seu gabinete há duas emendas de R$ 240 mil em favor da prefeitura de Macapá e do governo do Estado para compra de "ambulanchas" (lanchas usadas para assistência médica dos ribeirinhos). Se houve desvio diz que foi à sua revelia. Negou ter recebido pedido do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) para impedir que o Tribunal de Contas da União investigasse a Planam no Amapá. Grampos mostram pessoas comentando que Suassuna teria feito o pedido.

Siqueira aparece quando Vedoin informa que seu assessor Luiz Paulo estaria negociando veículo para um deputado. Siqueira disse que desde 2000 não encaminhou emenda para ambulâncias e vai ouvir o assessor para saber o que ocorreu.

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