O vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), afirmou que há provas para pedir a cassação de cerca de 80% dos 116 parlamentares investigados – ou seja, 93 congressistas podem responder a processo de perda de mandato nos conselhos de ética da Câmara e do Senado. "Quem está falando em 30% está querendo ligar o forno da pizza", afirmou, numa referência a parlamentares que dizem haver provas apenas contra 30 deputados
"São provas cabais, como depósito de dinheiro em conta corrente ou do titular ou do assessor, pagamento de passagem, veículo e outros bens", disse Raul Jungmann a respeito dos congressistas que fizeram emendas ao Orçamento da União para a compra superfaturada de ambulâncias e material médico-hospitalar. "Evidentemente que o parlamentar pode alegar que não sabe de nada, que o dinheiro foi parar na conta de um assessor, de um parente. Isso ele vai ter que explicar. As provas materiais estão aí.
Jungmann, no entanto, não aposta na cassação dos 80%. "Há provas contra eles. Mas eles podem mostrar a inocência. Isso é o processo que vai dizer", afirmou. O vice-presidente da CPI dos Sanguessugas acredita que um número grande será punido se o Congresso derrubar o voto secreto para as sessões de cassação de mandatos
As críticas de Raul Jungmann sobraram até para o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP). "O presidente Aldo disse que a próxima legislatura será muito triste porque começará com cassações. Mas graças a Deus será assim. Vai pôr para fora quem comprou ou vendeu o mandato", disse. Ele afirmou ainda que "é estarrecedor, é uma tragédia, é uma vergonha o envolvimento de tantos parlamentares na roubalheira".