Dos 38 integrantes da CPI dos Sanguessugas, instalada ontem, pelo menos dois – os deputados Inaldo Leitão (PL-PB) e Benedito de Lira (PP-AL) – são acusados de integrar direta ou indiretamente o esquema de compra superfaturada de ambulâncias para prefeituras com recursos de emendas de parlamentares ao Orçamento da União. A denúncia é da ex-servidora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino, apontada como braço da quadrilha no Executivo. A Comissão terá prazo máximo de 60 dias para apurar as denúncias
"Nunca tive e não tenho qualquer tipo de relação ou contato com os integrantes da quadrilha das ambulâncias. Nem sequer os conheço", reagiu Inaldo Leitão, em nota. "Aceitei a indicação do meu partido para integrar a CPI com o compromisso de contribuir com as investigações que resultem na efetiva punição dos criminosos envolvidos na maracutaia das ambulâncias", completou.
A assessores, Benedito de Lira garantiu que não integra o esquema e que a ex-assessora da Saúde se referiu apenas a um "Benedito", sem definir sobrenome. Apesar disso, ele deixou a CPI. Outro acusado de envolvimento, o líder do PP na Câmara, deputado Mário Negromonte (BA), pediu para não integrar a comissão logo após ser indicado. Como o PP não havia designado representante na CPI, Negromonte fora indicado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Inicialmente, o presidente da Comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), pretende convocar Maria da Penha para depor, além de delegados e procuradores responsáveis pelo inquérito. A primeira reunião da nova comissão foi marcada para quarta-feira