A CPI dos Sanguessugas já possui provas, como gravações telefônicas e cópias de depósitos bancários, contra 80% dos 112 parlamentares acusados de envolvimento na máfia das ambulâncias, informou hoje o vice-presidente da comissão, deputado Raul Jungmann (PPS-PE). "As dúvidas são quanto aos que receberam em dinheiro vivo, por ser fato de difícil comprovação", afirmou Jungmann, de acordo com a Agência Senado.
O deputado afirmou que vai apresentar um requerimento para que a CPI notifique todos os parlamentares citados por Luiz Antônio Trevisan Vedoin para apresentarem suas defesas por escrito. Até o momento, foram notificados 57 dos 112 parlamentares citados por Vedoin. "Os novos denunciados não estão sendo investigados. A notificação é necessária até para que eles possam se defender em algum fórum e comecem a ser investigados", ressaltou.
O vice-presidente da comissão informou que irá apresentar outros três requerimentos. O primeiro é para que o Supremo Tribunal Federal autorize a quebra de sigilos de todos os novos denunciados, inclusive de parentes e assessores. O segundo solicita a convocação de José Airton Cirilo, integrante do Diretório Nacional do PT, para depôr na CPI. Cirilo foi assessor do ex-ministro da Saúde, Humberto Costa e teria recebido dinheiro para intermediar contatos da máfia das ambulâncias com governos do Piauí e do Mato Grosso do Sul. A CPI informou que Costa já se colocou à disposição para prestar esclarecimentos.
O terceiro requerimento solicita a continuidade, em 2007, dos processos contra os parlamentares cujas participações no esquema de fraudes sejam comprovadas pela comissão. "Aqueles que forem reeleitos deverão passar por um processo de cassação e os demais deverão ser julgados pela Justiça comum", afirmou Jungmann.