A Controladoria-Geral da União (CGU) acredita ter descoberto um novo grupo empresarial que atuava nos mesmos moldes da Planam desde os anos 80 e seria precursor das fraudes envolvendo a venda superfaturada de ambulâncias para municípios. A CGU encaminhou ao procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, e à Polícia Federal informações e planilhas de um segundo grupo de empresas, identificado como grupo Domanski.
O material enviado pela CGU mostra que o grupo Domanski venceu cerca de 200 licitações em prefeituras entre 2000 e 2004, a maioria no Paraná – sede da empresa. Foram encontrados também alguns contratos na Bahia.
Segundo a CGU, o grupo é integrado por pelo menos seis empresas. Só uma delas, a Saúde Sobre Rodas, ganhou 142 licitações no período. Segundo a controladoria, as seis empresas "têm como sócios comuns membros da família Domanski".
"A CGU identificou também indícios de outras empresas – não da mesma família – que podem estar associadas ao esquema porque aparecem sistematicamente como participantes perdedoras das licitações vencidas pelo grupo Domanski", diz o documento divulgado ontem pela controladoria.
Segundo o ministro Jorge Hage, da CGU, o grupo Domanski é hoje um concorrente da Planam. Porém, segundo Hage, as empresas da família Domanski forneciam equipamentos para os Vedoin (donos da Planam) antes de eles fazerem os próprios equipamentos. "Em depoimento, Luiz Antônio e Darci Vedoin mencionam Silvestre Domanski como sendo, nos primórdios, seu fornecedor. Eles compravam equipamentos de ambulância do Domanski até 1998, quando criaram seu próprio negócio. Até então, atuavam só em assessoria", explica o ministro.