Sanguessuga: base aliada é maioria na lista da CPI

Os nomes de 57 parlamentares – todos deputados, com exceção do líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB) – investigados por envolvimento com a máfia das ambulâncias foram divulgados ontem pela cúpula da CPI dos Sanguessugas. Nada menos que 84% dos acusados são de partidos da base aliada ao governo Lula. São 48: 5 do PSB, 10 do PL, 5 do PMDB, 13 do PP, 14 do PTB e 1 do PRB. Os nove parlamentares restantes estão em legendas de oposição: 4 do PFL, 3 do PSDB, 1 do PPS e 1 do PSC, que é ligado ao ex-governador Anthony Garotinho

A CPI notificou os 57 congressistas, que são alvo de investigação da Procuradoria-Geral da República e do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao contrário do escândalo do mensalão, no qual a maioria dos envolvidos era petista, no esquema dos sanguessugas não apareceu nenhum parlamentar do PT na lista divulgada pela comissão

O Rio é o Estado com o maior número de parlamentares da máfia das ambulâncias: 12 dos 57. Em seguida, vem São Paulo com 10 envolvidos. Cinco deputados são de Mato Grosso, onde fica a sede da Planam, principal empresa do esquema de superfaturamento das ambulâncias. Em Minas, há 4 deputados envolvidos e na Bahia, outros 4

Segundo o presidente da CPI dos Sanguessugas, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), o relatório parcial da comissão com os nomes dos parlamentares envolvidos na máfia das ambulâncias será divulgado até meados de agosto. "Poderão vir mais ou menos nomes dos que os 57 parlamentares divulgados. A Procuradoria-Geral da República pediu ao Supremo a instalação de inquérito para aprofundar as investigações sobre a participação desses 57 parlamentares no esquema", destacou

A lista de envolvidos pode ser maior, com base nas informações dadas pelo empresário Luiz Antonio Trevisan Vedoin, um dos donos da Planam. Segundo o vice-presidente da CPI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), chegaria a 105 o número de parlamentares no exercício do cargo mencionados pelo empresário Luiz Antônio como envolvidos – 3 deles senadores

Segundo Jungmann, que teve acesso ao depoimento de Vedoin, em algo entre 60% a 70% dos casos o empresário teria apresentado algum tipo de prova material mostrando "benefício financeiro" direto ou indireto. "No caso do benefício indireto, trata-se, por exemplo, de parentes, assessores e familiares. Há casos de benefício diretamente repassado ao próprio deputado, o que é mais raro", explicou Jungmann

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