Abastecimento com caminhões-pipa
ainda vai continuar.

Depois de ficar 48 horas sem receber água tratada, a população de Rio Negro volta ser abastecida a partir do meio-dia desta quinta-feira. A Sanepar, no entanto, ressalta que ainda há risco de faltar água na cidade. Segundo o diretor de Operações em exercício Domingos Budel, “ainda há grande probabilidade de o manancial voltar a ser contaminado com óleo mineral e vegetal, uma vez que a ALL não retirou todo o volume de óleo que foi derramado”.

A Sanepar está exercendo controle minucioso da qualidade da água que está sendo produzida. Além das análises de rotina, estabelecidas pela Portaria 518 do Ministério da Saúde, a cada 30 minutos é feita a análise denominada “odor a quente”, para detectar eventual presença de óleo. Também o manancial está sendo vigiado 24 horas. “Temos responsabilidade com a população e com a qualidade da água. Só vamos distribuir a água que estiver, rigorosamente, segura. Apesar do risco iminente de contaminação no manancial, a população pode, com tranqüilidade, consumir a nossa água. Em caso de anormalidade, vamos interromper a produção imediatamente”, enfatiza Domingos.

A Sanepar também está fazendo análises periódicas de BTX, para identificar eventual presença de benzeno, tolueno e xileno. Caso essas substâncias sejam detectadas, a captação será paralisada.

Caminhões-pipa

A previsão da Companhia é que a regularização do abastecimento só ocorra no sábado. Em caráter emergencial, a Sanepar continuará atendendo, principalmente os moradores das partes altas da cidade, com caminhões-pipa. Em Rio Negro, há 12 caminhões-pipa, que levam água tratada de Campo do Tenente, Lapa e de Itaiópolis – município de Santa Catarina, distante 35 quilômetros de Rio Negro.

O acidente com o trem da ALL ocorreu no início da semana, no município de Mafra (SC). O óleo que vazou dos vagões caiu no Rio Negro, a cerca de 20 quilômetros acima do ponto onde a Sanepar faz a captação da água para abastecer a cidade. O óleo demorou cerca de 24 horas para chegar até a captação da Sanepar. “É essa distância que nos preocupa. Mantivemos, durante toda a noite, pessoas monitorando a captação, pois, se o óleo que ainda está no local do acidente não for retirado imediatamente, a qualquer momento, mais óleo pode chegar à captação, inviabilizando o tratamento”, destaca Domingos.

Informações

O diretor da Sanepar destaca que a insegurança da Sanepar e também da Casan (companhia catarinense que abastece a cidade de Mafra) deriva da falta de informações adequadas sobre o volume de óleo que foi derramado. A ALL divulgou que foram 10 mil litros de óleo. No entanto, há evidências no local do acidente de que o total que vazou é muito maior. De acordo com o sargento Veiga, da Polícia Ambiental de Santa Catarina “pelo que vemos aqui, vazaram no mínimo 65 mil litros de diesel e 150 mil litros de óleo vegetal”. A estimativa é corroborada pelos técnicos da Fatma (órgão ambiental do estado vizinho), responsáveis pelas investigações ambientais do acidente.

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