A diretora de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Maria Arlete Rosa, e o gerente de Pesquisa e Desenvolvimento, Cleverson Vitório Andreoli, receberam nesta quinta-feira, em São Paulo, o II Prêmio Bramex Ambiental, concedido pela Câmara de Indústria, Comércio e Turismo Brasil México. A Sanepar foi reconhecida pelo desenvolvimento e implementação do projeto interdisciplinar sobre eutrofização (limpeza das algas) de águas de abastecimento público na bacia do altíssimo Iguaçu.

A Sanepar foi a única companhia de saneamento do Brasil a receber a premiação, da qual participaram três empresas do setor. No total, 170 concorreram em três categorias. Na solenidade, foi entregue o certificado relativo ao prêmio e o troféu será dado à companhia paranaense em cerimônia a ser organizada, em breve, em Curitiba.

De acordo com Antônio Carlos Mourão Bonetti, presidente da Câmara Brasil México, a premiação reflete a seriedade do trabalho que está sendo feito para recuperar e preservar o meio ambiente. “Ao cuidar das questões ambientais, as empresas premiadas também estão cumprindo com sua responsabilidade social”, comenta. Para Maria Arlete, esse prêmio, de âmbito nacional, significa o reconhecimento “ao trabalho, difícil e complexo, que estamos realizando na recuperação da degradação ambiental que afetava a bacia do Iraí e, por conseqüência, a qualidade da água distribuída aos curitibanos”.

Projeto

Sob a coordenação da Sanepar, o projeto premiado reúne técnicos e pesquisadores de instituições como Universidade Federal do Paraná (UFPR), Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC), Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e Superintendência de Recursos Hídricos (Suderhsa) e Museu de História Natural. Desde 2002, foram investidos cerca de R$ 600 mil em pesquisas e ações. Os recursos são provenientes, a fundo perdido, do CTHidro/Finep.

Segundo Andreoli, o que diferencia esse projeto paranaense dos outros é a metodologia de trabalho. Enquanto as equipes interinstitucionais e multidisciplinares avançavam nas pesquisas, surgiam recomendações de ações, que eram imediatamente implementadas. Em seminários periódicos, os resultados eram disseminados entre os pesquisadores.

“Ou seja, pela primeira vez, pesquisas e ações caminharam em paralelo, o que tornou possível reduzir ou eliminar uma série de problemas que contribuíam para a poluição ambiental do Iraí”, diz. Atualmente, a qualidade da água está melhor do que antes do início do projeto. Com isso, a floração de algas no lago não tem afetado a água distribuída para Curitiba e Região Metropolitana.

Foram realizadas nove pesquisas na região, incluindo desde as condições do solo da região até a avaliação do lodo do fundo do lago. Cada estudo indicou soluções para parte do problema macroambiental. “O Rio Timbu é um exemplo. Indicado como responsável por 90% da poluição que entrava no Iraí, foi objeto de 23 ações já implementadas, cujos resultados positivos já são mensurados”, explica Maria Arlete.

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