Sanepar pode desativar poços de Almirante Tamandaré

O aqüífero Karst e as responsabilidades dos órgãos estaduais, da prefeitura e da
própria população foram debatidos no workshop promovido pelo Poder Executivo de
Almirante Tamandaré, região metropolitana de Curitiba, na quinta-feira (14). De
acordo com o prefeito Vilson Goinski, a discussão técnica, com debate de alto
nível, tem por objetivo subsidiar a elaboração do Plano Diretor do município.

A Sanepar também está colaborando com a prefeitura, repassando
informações sobre o aqüífero, que ocupa cerca de 78% da área de todo o
município. Em função desta característica, o município sofre restrições quanto
ao uso e ocupação do solo. De acordo com a geóloga Márcia Cristina Lima, da
Comec ? Coordenação da Região Metropolitana ?, a região não deveria ter sido
ocupada, porque ?apresenta alta fragilidade da base física?.

Essa
fragilidade causa impactos ambientais sérios. Por isso, todas as edificações,
antes de serem construídas, necessitam de laudo técnico e geológico. Ou seja,
antes de construir em Almirante Tamandaré é preciso identificar as condições do
solo, e a obra deve ter acompanhamento técnico. A falta de cuidado pode
contribuir para o surgimento de buracos e dolinas na sede urbana. Dolinas são
buracos que aparecem de repente, pelo afundamento do solo.

Os técnicos
que falaram no workshop são unânimes em afirmar que todas as áreas de karst
necessitam de cuidados especiais, porque sofrem impactos naturais e
antropogênicos também chamados de impactos induzidos. Entre os impactos naturais
destacam-se as dolinas registradas na região desde a década de 50, em áreas não
ocupadas. O surgimento de dolinas em áreas de karst é considerado um fenômeno
natural. Os impactos antropogênicos são decorrentes da ação do homem, podem ser
a impermeabilização do solo, edificações e a conseqüente sobrecarga no solo,
entre outras ações.

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