Uma casa feita a partir de materiais recicláveis é a novidade que a Sanepar e o IAP ? Instituto Ambiental do Paraná ? estão apresentando na I Educação com Ciência, feira que teve início na segunda-feira, em Ponta Grossa, e que reúne 1.200 estudantes do ensino médio da rede estadual de ensino, de 41 municípios da região.
A ecoconstrução, como é denominada, apresenta diversas alternativas sustentáveis para a construção civil. ?O setor pode se apropriar do desenvolvimento tecnológico já disponível para reduzir os impactos ambientais tradicionais da atividade e, ainda, contribuir para a redução de outros impactos, absorvendo o material reciclável produzido pela sociedade?, afirma a diretora de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Maria Arlete Rosa.
Reaproveitar
A casa ecológica, também chamada de Casa com Ciência, possui telhas fabricadas com embalagens PET ? como as garrafas plásticas de refrigerante ?, tetrapack (caixinha de leite) e de creme dental. As luminárias são feitas com vidros de compotas e o chão com plástico reciclável. Placas de PET substituem os vidros das janelas. A fundação da casa é feita com madeira de eucalipto e pinus de reaproveitamento.
Todos esses materiais são resistentes e apresentam baixa combustão, diminuindo o risco de incêndios. Além disso, a casa é composta por placas moduláveis, o que significa que o cliente pode definir o tamanho.
Outras vantagens são o isolamento térmico e acústico e o aproveitamento de água e energia, captada por aquecimento solar e armazenada em baterias. A água da chuva pode ser utilizada para banhos e demais atividades domésticas. A utilizada no banho, por sua vez, é direcionada para o vaso sanitário, enquanto a água da lavagem de roupas, por exemplo, pode ser reutilizada na irrigação do jardim. As torneiras possuem baixo consumo.
Para Fátima Jacob, do IAP, ?a ecoconstrução oferece vantagens em termos de conforto, durabilidade e beleza. Em grande escala, é viável economicamente?. Ela explica que o objetivo da Sanepar e do IAP, ao apresentar a casa, é estimular pesquisadores na busca pelo aprimoramento das investigações sobre o aproveitamento de materiais.
Fátima ressaltou, também, a necessidade de fomentar a indústria a fornecer novos produtos, usando recicláveis como matéria-prima, além do setor de construção civil para que aplique alternativas ecologicamente corretas nas edificações. Fátima acredita que o protótipo pode servir de modelo para a construção de conjuntos habitacionais.