Sanepar conclui recomposição da vegetação das margens do lago do Iraí

Os trabalhos para recuperação da vegetação nas áreas que circundam o lago do Iraí estão concluídos. O plantio foi iniciado em 2004 e terminado no primeiro quadrimestre de 2006. A recomposição ciliar foi implantada nos trechos onde havia necessidade dentro das áreas desapropriadas pela Sanepar. O projeto foi desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Paraná, Embrapa-Florestas e Instituto Ambiental do Paraná. A água do lago do Iraí é destinada ao abastecimento de 2 milhões de pessoas de Curitiba e Região Metropolitana.

Em dois anos de atividades, foram plantadas 105 mil mudas de espécies florestais nativas como aroeira, bracatinga, açoita-cavalo, canudo-de-pito, fumo-bravo, pinheiro-do-paraná e tarumã. As espécies foram escolhidas por meio de pesquisas científicas, como as mais adequadas para recuperar 33,3 hectares de área.

Para definir quais espécies deveriam ser plantadas, os 10 pesquisadores envolvidos com o projeto atuaram em várias frentes. Uma delas foi aplicar metodologia inédita, desenvolvida pela Embrapa, que estabelece três ambientes diferentes nas margens de lagos, em função do regime hídrico, tipo de solo e declividade. ?Esta metodologia nos indicou quais espécies deveriam ser plantadas nas faixas onde a presença de água é mais constante, nas faixas onde a lâmina de água é ocasional e naquelas em que a água do lago nunca chega?, explica a diretora de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Maria Arlete Rosa.

Outras ações 

Para definir os três ambientes e as árvores mais adequadas, os pesquisadores identificaram as espécies nativas de maior potencial genético. Este trabalho levou à escolha de sementes de boa qualidade para a produção das mudas. Também foram avaliados a época de plantio, espaçamento entre plantas, necessidade de remoção da vegetação exótica invasora e manutenção das áreas plantadas (irrigação, capina, replantio e controle de pragas e doenças, por meio de pesticidas naturais).

A recomposição ciliar do Iraí permitiu a produção de conhecimento científico sob diversos aspectos. Um deles, por exemplo, foi o salvamento de plantas da área onde está em construção a represa do Piraquara II. ?Fizemos um trabalho inédito de salvamento da flora, realocando a vegetação – que estava na área que seria inundada pela construção da barragem Piraquara II – para a área do Iraí?, destaca Maria Arlete.

Também foi testado um novo processo – o uso de serrapilheira – que consiste na remoção da camada orgânica de outras áreas e a deposição na região do Iraí. O objetivo deste trabalho foi promover a germinação de sementes nativas. ?Todo tipo de flora existente na área original pode vir a crescer em torno do lago, pois a serrapilheira é rica em sementes das mais variadas espécies, além de fornecer nutrientes às espécies já desenvolvidas?, acentua a diretora da Sanepar.

O conhecimento adquirido pelos pesquisadores envolvidos no projeto está sendo disseminando em eventos técnicos e por meio de publicações especializadas.

O projeto de recomposição ciliar também trouxe ganhos para a população dos municípios vizinhos ao lago do Iraí e aos detentos da Colônia Penal Agrícola. Cerca de 60 pessoas (da comunidade carcerária e moradores da região) foram capacitadas para exercer a atividade de viveirista. Os próximos plantios estão sob responsabilidade destas pessoas. O projeto também está promovendo educação ambiental nas comunidades influenciadas pela represa.

Próximas etapas

Os trabalhos, agora, estão concentrados na manutenção e avaliação das informações sobre o desenvolvimento da floresta ciliar da Bacia do Iraí. Em breve, devem ser iniciadas as ações no Rio Timbú, que necessita de intervenções em cerca de 60% da bacia. O Rio Timbú é o que despeja a maior carga de poluição no lago do Iraí.

As áreas degradadas no entorno do Iraí, que contribuem para levar nutrientes ao lago e que promovem o assoreamento da represa, também são objeto de estudo e de atividades de recuperação. Em duas propriedades particulares vizinhas ao lago algumas atividades já foram iniciadas.

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