Saneamento é determinante na redução da mortalidade infantil, diz ONU

Brasília – O tratamento de dejetos é determinante para a sobrevivência infantil. Essa é uma das conclusões do Relatório de Desenvolvimento Humano 2006 (RDH), divulgado na última quinta-feira (9) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Segundo o documento, melhorando o saneamento, pode-se chegar a uma redução superior a 30% na mortalidade infantil. Isso acontece porque o saneamento melhorado ajuda a interromper o circuito de transmissão fecal-oral  de diversas doenças, como, por exemplo, a diarréia.

De acordo com o relatório, as famílias que investem na instalação de latrinas ajudam a proteger também os vizinhos de uma possível contaminação.

O relatório toma como exemplo um estudo realizado em favelas de Salvador, no período de 1989 a 1990. O estudo desenvolvido na capital baiana mostra que a  ocorrência de diarréia é duas vezes mais alta entre crianças de famílias sem instalações sanitárias do que entre aquelas que têm acesso ao saneamento. Nas regiões onde as crianças vivem sem nenhuma infra-estrutura de saneamento, a incidência da doença é três vezes mais alta do que em comunidades com sistema de drenagem e de esgotos.

O documento cita também experiências brasileiras de instalação de obras de saneamento com menor custo. Uma das experiências de sucesso citadas é a do uso do sistema de saneamento de condomínios, em vez dos convencionais. Num sistema convencional, as tubulações são ligadas a cada lote de uma rua. No de condomínio, o serviço é prestado a quarteirões ou grupos residenciais. É o caso de Brasília, onde o sistema de condomínio serve a 2 milhões de habitantes.

"O desenvolvimento do sistema de condomínios no Brasil teve caráter tanto político quanto tecnológico. A participação comunitária nas tomadas de decisão é amplamente entendida como um direito e um dever de cidadania, e o condomínio gera uma unidade social que facilita as decisões coletivas?, diz o relatório.

Apesar dessas experiências em algumas localidades, o Brasil ainda está longe de conseguir atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, uma série de metas socioeconômicas que os países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) se comprometeram a atingir até 2015. Segundo o relatório, o percentual da população que conta com saneamento adequado subiu de 71% para 75%, entre 1990 e 2004. Para atingir as meta de 85,5%, o país terá que intensificar o ritmo atual de expansão do serviço de saneamento e ampliar a cobertura em 14% até 2015.

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